#aBaseÉoFrizão: o início do trabalho

Série especial traça perfil e faz diagnóstico do trabalho de base do Friburguense
quinta-feira, 28 de maio de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Contratado para ajudar a coordenar a base do Friburguense, Sávio Badini aposta no trabalho com crianças (Vinicius Gastin/A Voz da Serra)
Contratado para ajudar a coordenar a base do Friburguense, Sávio Badini aposta no trabalho com crianças (Vinicius Gastin/A Voz da Serra)

Rafael Galhardo, Maurício, Elivelton, Luis Felippe, Lucas Cunha e Lucas Siqueira. Seis nomes e um segredo, que já não é tão desconhecido assim. Em comum entre esses jogadores — muitos outros poderiam ser citados — está o fato de todos eles acumularem passagem pelas divisões de base do Friburguense. O caráter de clube revelador deixou de ser apenas um adjetivo para transformar toda essa teoria em prática nos últimos anos. O exemplo atual é o time juvenil, que venceu seis das sete primeiras partidas no estadual. A diretoria já pensa, inclusive, em promover dois ou três atletas para o elenco profissional em 2016.

“O nosso principal objetivo é mostrar que o Friburguense pode ser o caminho para a profissionalização. Somos um clube de primeira divisão, e oferecemos essa estrutura para o atleta. Existe uma ilusão muito grande de querer chegar a um grande clube rapidamente, enquanto temos aqui na cidade uma ponte para desenvolver esse processo, que é exatamente o Friburguense”, avalia o gerente de futebol José Siqueira.

O trabalho e o consequente sucesso da base do Tricolor da Serra será o tema da série especial #AbaseéoFrizão. Em uma sequência de cinco matérias (a serem publicadas a partir de hoje nas quintas-feiras subsequentes), A VOZ DA SERRA tenta traçar um perfil do trabalho feito pelo clube com os garotos da cidade e região, passando pelo início do projeto, filosofia, profissionais envolvidos e a proposta de desenvolver o futsal.

Quanto mais novo melhor: o início

O sucesso do time juvenil do Friburguense e a revelação de diversos talentos — alguns deles citados anteriormente — é fruto de um trabalho que teve início há cerca de quatro anos. Para dividir a tarefa de coordenar a base, o gerente de futebol José Siqueira contratou o profissional Sávio Badini. Ex-treinador profissional de futebol de salão, o professor de educação física aceitou o desafio. Nos últimos dois anos, o clube pôde investir nas categorias já existentes e projetar o aperfeiçoamento do trabalho em outras, com crianças de menor idade. 

“Quando cheguei, eu não fiz nenhum diagnóstico negativo. Tentei ser apenas flexível e me adequar a um trabalho que, na minha visão, já era bem feito. Apenas entrei no trabalho, e estamos desenvolvendo até hoje. Precisávamos de pessoas, e não do lado intelectual propriamente dito. Não existia uma regularidade de treinamentos, que o clube pôde implantar nos últimos dois anos. Lógico que coloquei algumas ideias, e aprendi muito, por ter vindo de outro desporto, que é o futsal.”

O sucesso da Escolinha de Futebol — que hoje conta com mais de 200 crianças, somando todas as categorias — incentivou a implantação de um antigo projeto do Friburguense. Há algum tempo, o gerente de futebol José Siqueira planeja trabalhar com categorias inferiores, para intensificar o processo de revelação de atletas para o clube. Com uma quantidade razoável de alunos na Escolinha, a possibilidade de materializar esse projeto aumenta consideravelmente.

“A diferença é que naquela época o trabalho era mais voltado para o infantil e juvenil, e já com um projeto inicial, comandado pelo Siqueira, que tinha o Mimi à frente do mirim. De um ano pra cá, o que temos feito de novidade é a intensificação do trabalho no sub-11, sub-9 e começaremos a montar o sub-7. É algo que ganhou força nesse período, e a tendência é que a intensidade aumente”, projeta Sávio.

Ao todo, o clube trabalha com cerca de 70 jogadores nas categorias infantil, juvenil e júnior. Diariamente, são servidas cerca de 160 refeições — café da manhã, almoço, jantar e lanche. A grande maioria dos jogadores é de Nova Friburgo e cidades vizinhas da região. Boa parte dos treinos da base acontece no antigo campo do Serrano, em Olaria. 

O clube mantém uma casa alugada no Parque São Clemente, a menos de 150 metros do estádio Eduardo Guinle, onde moram os jogadores de fora da cidade. O Friburguense oferece assistência médica, odontológica, psicológica e outros tipos de acompanhamento, com o objetivo de ser oficialmente reconhecido como clube formador. Desta forma, os contratos firmados garantiriam um respaldo maior para evitar o assédio aos jovens atletas até os 16 anos. “Queremos ser um clube de referência, para termos a questão do contrato de formador. Estamos avançando bastante nesse sentido, e será bom tanto para o clube quanto para o jogador. A gente trabalha mais com o pessoal da região. O Friburguense possui essa característica de ser um clube formador, e vamos continuar apostando nisso”, destaca o gerente de futebol José Siqueira.

Nova fase a partir de junho

A partir de junho, o projeto ganha novos capítulos. A base do Friburguense passará a treinar também aos sábados, na quadra ou no campo de society. As categorias sub-9, sub-11 e sub-13 já participaram de oito atividades em 2015, e todas essas equipes sustentam uma invencibilidade na temporada. “É só um detalhe, mas demonstra a qualidade do trabalho. Pretendemos melhorar ainda mais esse quadro, pois vamos participar de competições que vão exigir mais dos nossos garotos.”

A agenda de competições para essas categorias está repleta de desafios. O Friburguense vai disputar o Campeonato Carioca Metropolitano nas categorias sub-12 e sub-13, como convidado pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro. Nas duas últimas duas edições, o Tricolor da Serra foi o único clube do interior a participar do torneio.

“É um campeonato difícil, pois fazemos entre 12 e 15 partidas e sempre viajamos. Não recebemos ninguém no Eduardo Guinle. Mas vale muito pra gente, porque tira os nossos atletas da cidade.”

Ainda no primeiro semestre, o Friburguense vai jogar a Copa Dente de Leite, promovida pelo Jornal Extra para atletas nascidos em 2004 e 2005, e a Copa Unimed, em Rio Bonito. “Garotos dessas idades que queiram ser avaliados aqui no clube devem nos procurar aqui no Friburguense para que possamos agendar. Estamos abertos a observar todos os garotos. O Friburguense existe porque é um clube profissional, e o clube deveria ter mesmo os melhores atletas da cidade. É o que acreditamos e o que deveremos fazer.”

No próximo capítulo da série, a filosofia de trabalho integrada entre o time profissional e as categorias de base do Friburguense.

  • Time sub-17 é o mais novo exemplo de sucesso do clube (Vinicius Gastin/A Voz da Serra)

    Time sub-17 é o mais novo exemplo de sucesso do clube (Vinicius Gastin/A Voz da Serra)

  • Trabalho com escolinha é um dos pilares para o desenvolvimento do trabalho (Vinicius Gastin/A Voz da Serra)

    Trabalho com escolinha é um dos pilares para o desenvolvimento do trabalho (Vinicius Gastin/A Voz da Serra)

  • Gerente José Siqueira investe na base para revelar novos talentos e compensar os recursos limitados (Vinicius Gastin/A Voz da Serra)

    Gerente José Siqueira investe na base para revelar novos talentos e compensar os recursos limitados (Vinicius Gastin/A Voz da Serra)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: Friburguense | base | revelação | jogador | juvenil | junior | infantil | futebol | #ABaseÉoFrizão
Publicidade