A maldição dos filmes

Por Carlos Emerson Junior *
sexta-feira, 04 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
A maldição dos filmes
A maldição dos filmes

Adoro cinema. Hoje em dia até que nem frequento tanto as salas de projeção mas em casa assisto tudo o que posso e o que não podia também! Afinal, nada como um bom filme em um monitor de qualidade, no conforto da nossa poltrona, de preferência com uma ótima companhia!

Mas o assunto não é exatamente cinema e sim as histórias estranhas que envolvem filmes como o americano “The Conqueror” ou “Sangue de Bárbaros”, de 1956. Produzido pelo bilionário Howard Hughes, estrelado por John Wayne, Susan Hayward, Pedro Armendáriz, Agnes Moorehead, Lee Van Cleef e dirigido por Dick Powell, conta uma história do líder mongol Gengis Khan.

As cenas de deserto foram filmadas em St. George, Utah, a cerca de 200 quilômetros do “Nevada Test Site”, local usado pelo governo dos Estados Unidos para realizar seus testes nucleares. Ao contrário de que se supunha, todos os envolvidos na produção sabiam dessa proximidade e até um contador geiger, instrumento usado para medir os níveis de radioatividade foi levado para monitorar qualquer anormalidade.

O diretor Dick Powell foi o primeiro a morrer de câncer, em 1963. Pedro Armendáriz se suicidou em 1960 quando soube que tinha um câncer renal em estágio avançado. Susan Hayward, Agnes Moorehead e John Wayne na década de 70 e John Hoyt em 1991, faleceram de câncer do pulmão. Dos 220 membros da equipe que estiveram em St. George, 91 desenvolveram algum tipo de câncer.

Não à toa o filme é conhecido como a “Maldição dos Bárbaros”.

*****

Os fãs de lutas marciais até hoje discutem as mortes dos atores Bruce Lee e seu filho, Brandon Lee, ambos em pleno estúdio de gravação. O primeiro fazia o trabalho de dublagem do filme “Operação Dragão”, em 1973, quando sofreu convulsões e dores de cabeça. Levado para um hospital de Hong Kong, não resistiu a um edema cerebral.

Logo começaram a circular teorias de que ele teria sido envenenado pela Máfia chinesa enquanto outros juravam que foi uma vingança de mestres de artes marciais em represália à revelação de segredos das lutas. Para variar, surgiram rumores de uma maldição sobre a família Lee, que acabou atingindo seu filho, em 1993.

Brandon Lee faleceu durante as filmagens do “O Corvo”, vítima de um acidente bizarro: alguém carregou indevidamente um revólver com um com um projétil de festim, ao invés de uma bala sem pólvora. O disparo, como pedia o roteiro, foi feito bem perto do peito do ator, causando perfurações em seus órgãos internos, além de partir sua coluna vertebral.

O mais tétrico é que especialistas em cinema juram que a cena da morte foi incluída no filme e apontam alguns erros inexplicáveis de continuidade para comprovar sua teoria. Será que os produtores ousariam tanto assim? Mais uma lenda do cinema.

*****

Os filmes de terror “O Exorcista”, “Poltergeist” e “O Bebê de Rosemary” são pródigos em maldições. Mortes inusitadas de atores e diretores, acidentes estranhos durante as filmagens e, no caso do último filme, uma estranhíssima associação entre a morte da atriz Sharon Stone (amiga do compositor da trilha sonora) em um ritual satânico, a música “Helter Skelter” dos Beatles (que passou a designar esse tipo de crime) e o assassinato de John Lennon (autor dessa música), na ocasião morador do Edifício Dakota, onde se passava o filme. Golpe publicitário ou não, o público adora!

E por falar nisso, o grande sucesso hoje em dia são filmes com vampiros e zumbis, não necessariamente nessa ordem. E não é que tem quem acredite que esses seres existem, vítimas de experiências com vírus desenvolvidos em laboratórios, oriundos da extinta guerra fria? Pela teoria da conspiração, esses filmes estariam nos preparando para enfrentar uma pandemia de mortos-vivos, doidos para comer cérebros e sugar todo o nosso sangue.

Eu hein!

*****

Já essa história é absurdamente real: o famoso diretor James Cameron, o mesmo de Titanic e Avatar, pretende filmar a saga do japonês Tsutomu Yamaguchi, único sobrevivente oficialmente reconhecido das duas bombas atômicas que devastaram Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial.

Parece inacreditável mas é verdade. Yamaguchi, na época funcionário do setor naval da Mitsubishi, estava em Hiroshima quando a primeira bomba explodiu. Apesar de ter sofrido queimaduras graves, conseguiu retornar no dia seguinte para sua casa em Nagasaki, que foi atingida por outra bomba atômica três dias depois.

As explosões deixaram sequelas: surdez de um ouvido, catarata, leucemia e o câncer no estômago responsável pelo seu falecimento em 2009, com 93 anos de idade. Durante todos esses anos, Tsutomu Yamaguchi dedicou-se a lutar pelo desarmamento nuclear, contando para as novas gerações todos os horrores que viu nas duas cidades arrasadas.

Aqui a realidade superou qualquer tipo de ficção...

*****

Para finalizar, uma perguntinha: será que algum dia Nova Friburgo vai deixar de parecer um cenário de filme catástrofe ou de guerra? Se for para continuar assim, sugiro alugarmos nossa cidade para os grandes estúdios cinematográficos americanos e europeus. Grandes nomes virão filmar em nossas ruínas, atrairemos turistas do mundo inteiro e talvez a nossa maldição acabe...

(*) - carlosemersonjr@gmail.com

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade