Carro parado: como conservar

sexta-feira, 17 de março de 2017

Veículos são projetados para andar, e ilude-se quem imagina que deixar o carro parado na garagem seja uma boa estratégia para prolongar sua vida útil. Ao contrário, a inatividade pode se revelar muito mais desgastante do que o uso consciente, causando danos mais ou menos sérios a diversas partes da estrutura. Ainda assim, algumas circunstâncias da vida eventualmente podem obrigar um veículo a ficar parado e desligado por bastante tempo, tornando úteis diversas informações voltadas a atenuar os efeitos do tempo sobre um automóvel sem atividade.

Tanque de combustível – Pouca gente sabe, mas gasolina tem prazo de validade e envelhece. Após um mês ela já começa a perder suas qualidades e a gerar resíduos que podem sujar e entupir o filtro de combustível, além de causar danos à boia e aos bicos injetores no motor. Por isso, o ideal seria esvaziar o tanque. Se, contudo, não for possível, o melhor a se fazer é usar gasolina aditivada (que dura mais) e cuidar para que o tanque esteja com pouco combustível. Assim, ao encher o tanque quando o veículo voltar a ser utilizado, o combustível misturado será de boa qualidade.

Escapamento – O álcool combustível contém água, e a gasolina, por sua vez, contém álcool em sua mistura. Como a água é mais pesada, ela se acumula no fundo do tanque de combustível, e por isso é comum ver o escapamento pingar quando se liga o carro pela primeira vez, depois de algum tempo inativo. Essa umidade pode gerar corrosão no sistema de escape. A melhor forma de reduzir esses efeitos é garantir que a última utilização do veículo antes de ser encostado seja razoavelmente longa, a ponto do escapamento não ter mais umidade e estar quente o suficiente para evaporar rapidamente quaisquer líquidos que eventualmente permaneçam.

Ar-condicionado – Situação semelhante diz respeito ao ar-condicionado. Ao resfriar o ambiente ele umedece os dutos de ventilação do veículo, gerando um ambiente propício para a proliferação de fungos e outros agentes nocivos à saúde. Neste caso a dica é trocar o filtro do sistema com frequência, e deixar o ar-quente funcionar durante um curto espaço de tempo antes de desligar o carro, a fim de secar os dutos.

Bateria – Se o automóvel estiver estacionado em local seguro, o melhor a se fazer é desconectar a bateria, para que não descarregue rapidamente. Por outro lado, se o funcionamento de alarme ou rastreador for indispensável, o jeito é deixá-la conectada, e providenciar um arrancador ou carregador para quando voltar a utilizar o veículo.

Pneus – As cintas metálicas que dão rigidez aos pneus podem deformar se o peso do veículo for sustentado muito tempo pelo mesmo ponto de apoio. O ideal nesse caso é apoiar o carro sobre cavaletes, tirando os pneus do chão. Se isso não for possível, vale calibrar os pneus com umas libras a mais, para retardar o processo de deformação.

Não perca em nosso próximo encontro a continuação dos itens que devem ser protegidos, bem como algumas dicas sobre como voltar a utilizar um veículo que ficou parado muito tempo.

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Márcio Madeira da Cunha

Sobre Rodas

O versátil jornalista Márcio Madeira, especialista em automobilismo, assina a coluna semanal com as melhores dicas e insights do mundo sobre as rodas

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