Rejeitar a ideologia de gênero não é homofobia, mas sim biologia

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Pâmela Puppo é cientista, se formou em Ecologia na Universidade La Molina National Agrarian em Lima, Peru. Fez mestrado em Plant Systematics na University of Missouri-St. Louis, EUA, em seguida foi para Portugal (2008). Fez doutorado em Biodiversidade, Genética e Evolução na Universidade do Porto (2015). Trabalha no Projeto Metagenômica Ambiental na Cibio/InBio desde 2016, um centro de pesquisas em biodiversidade e biologia evolucionária. https://cibio.up.pt

Em artigo publicado em 7 de março no site www.posicion.pe, com o título “Sobre a ideologia de gênero”, a doutora comentou: “Não aceitar ideologia de gênero não é discriminação, não é ser intolerante nem homofóbico”, mas “é simplesmente biologia”. E explica que “quando os fetos são formados, têm dois cromossomos sexuais, XX ou XY; se for menina (XX) ou menino (XY). Os genes contidos nesses cromossomos determinam o desenvolvimento físico dos fetos. Desse modo, os embriões desenvolvem diferentes órgãos de acordo com seu sexo. Na puberdade, produzem muitos hormônios, a testosterona (no caso dos homens) ou o estrogênio e a progesterona (nas mulheres), que influenciam tanto na forma física e no desenvolvimento da pessoa, como em uma série de características emocionais, psicológicas etc.”

A cientista afirma que “isso não é discriminação, é simplesmente biologia”. “Isso não é homofobia, pois, que eu saiba, todos os seres humanos têm o direito de colocar quem quisermos na nossa cama”, diz ela. A dra. Puppo enfatiza que, contrariamente aos princípios da ideologia de gênero, “o fato de nascer homem ou mulher não é um fato cultural, é biológico”. “Não me digam que quando uma mulher que está grávida faz o ultrassom para saber o sexo do bebê e pergunta ao seu médico se é menino ou menina está sendo homofóbica? Por favor! Não é assim”, comenta ela.

Além disso, a especialista adverte que “a ideologia de gênero não promove a igualdade entre os sexos; a ideologia de gênero promove a assexualização do ser humano”. “Essa ideologia é uma corrente de pensamento, não uma teoria científica, muito menos uma evidência científica, sustenta que os seres humanos são ‘neutros’ quando nascem e podem escolher se querem ser homens, mulheres ou uma combinação de ambos quando crescem.”

Mas, continua, “o sentimento não supera a natureza”. “Não posso mudar de acordo com a minha vontade. Se um dia decido ser um gato, esse sentimento não vai fazer com que tenha pelo e que cresça um rabo. Nasci mulher e tenho uma série de órgãos próprios: útero, ovários, vagina, vulva. Não tenho ‘direito’ de ter uma próstata!”

A doutora em Biodiversidade, Genética e Evolução explica que quem nasce com um sexo e depois sente que não têm o sexo correto “sofre uma síndrome conhecida como ‘disforia de gênero’. Não é a regra, é a exceção. Não entrarei em casuísticas, basta dizer que essas pessoas devem ser respeitadas, amadas e acompanhadas”.

Ela crê que ao promover a ideologia de gênero não se está defendendo os direitos das mulheres. “Querem reduzir o abuso sexual de mulheres? Primeiramente apóiem mais as famílias! A maioria dos violadores é de famílias desestruturadas, onde o pai muitas vezes não está presente ou é abusivo. Em segundo lugar, não incentivem a usar a mulher como objeto nas mídias sociais, nos jornais, na publicidade. Em terceiro lugar, deem mais apoio às mulheres que sofrem esse tipo de violência, e os agentes da lei cumpram efetivamente seu dever de protegê-las.”

No fim do seu artigo, a dra. Puppo colocou que “a igualdade não é conquista da negação das nossas diferençassexuais; a igualdade é alcançada por meio do respeito às diferenças de cada sexo, e o que cada sexo contribui para a sociedade”. É isso.

Fonte: Michelson Borges, jornalista. Texto usado com permissão do autor. https://michelsonborges.wordpress.com/2017/09/26/rechacar-ideologia-de-genero-nao-e-homofobia-mas-sim-biologia/

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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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