Alice Decache

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Venham todos pra mesa, hoje é um dia muito especial. Tem merche, baba ganoush, zátar e arak pra comemorar, mas só um golinho, senão pega de jeito. Felipe, vem pra cá, senta na cabeceira da mesa. Michuí com pão boina, salada tabule e uma rodada de quibe cru acompanhado de cebola, hortelã e carne moída quentinha. E assim a noite foi rolando, em clima de festa. Antônio pede a palavra. Meus amigos, hoje estamos comemorando o nome do estádio Alice Decache. Talvez seja o único estádio de futebol no mundo com nome de mulher, talvez o único a merecer. Alice pede a palavra. Um brinde pelo que o Antônio fez pelo esporte em Friburgo, como jogador e como dirigente, unindo os clubes, torcidas, tornando-os mais fortes. Fala, Antônio. Então, vamos brindar com um arak o nome de Alice Decache. Jogadores do Friburgo, venham todos uniformizados, cada um com uma bola na mão. Essa festa não tem hora pra acabar, só pra começar, e só se for agora. E todos brindaram, deliciando-se com as iguarias árabes. Vamos fazer uma homenagem aos craques do passado, fala o Antônio, e em cada lembrança dos joagadores, palmas, muitas palmas dos presentes. E assim foi: Jordel, Lindório, Catitu, Niltinho, Gualter, Pedrinho, Bonin, Bichinha, Hodecio, Jaú, Cléo, Aganaldo, Carlinhos, Izaias, Jael, Joel, Gilberto. Os jogadores uniformizados davam um clima todo especial à homenagem. Não esqueceram do profissionalismo em momento algum. Os refletores foram acesos e os jogadores fizeram “uma roda de bebo”, brincando como se crianças fossem. A dona Alice chegou de braços dados com seu Felipe e foram ovacionados. Acenavam para o público e sorriam, felizes como nunca, emocionados com a homenagem. Antônio não aguentou o tranco e foi às lágrimas. Chorava como uma criança e todos o confortaram. Lá pelas tantas o grupo foi se dispersando e foi cada um pra um lado, com aquele gostinho de festa na boca, alegres e felizes. Dona Alice deu o braço a seu Felipe e saíram assim, de braços dados, lembrando o tempo de namoro. Deram um beijo cinematográfico para encerrar a noite com chave de ouro.

P.S. Querida Elisabeth, um beijo grande com agradecimento do coração. Tenho feito estas crônicas por causa do Ventura, que um dia me disse: escreve como você fala, escreve a vida que você leva.

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Jorginho Abicalil

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Recado de Jorginho Abicalil

Como era Friburgo antigamente? O que o tempo fez mudar? O que não mudou em nada? Essas e outras questões são abordadas, aos fins de semana, na coluna “Recado de Jorginho Abicalil”, onde o cronista relata a Nova Friburgo de outros carnavais.

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