Crônicas

sábado, 21 de novembro de 2015

Minhas crônicas estão chatas. Só falam de você. Só são endereçadas a você. Pablo Neruda me entenderia. Vinícius de Moraes também. Porque meu amor por você é múltiplo. Amo persistentemente ainda que só por um dia a mais.

E dia a dia o cotidiano me prova que o amor se estende mais do que se entende. Dirão: "faz bom jogo com as palavras". Direi: não sei fazer jogo e...

Insistência só é válida quando tem prazo de validade. Ignoro essa pseudo sabedoria sem temer o risco de parecer teimoso. Onde está a minha prudência? - pergunto. A persistência sei bem onde mora - respondo para mim mesmo.

Você sabe do amor, mas por saber não quer mais amar. Sapiência equivocada, pois com amor não se teoriza e sim se reconhece e sente. Eu não sei do amor, porque ainda estou descobrindo. Mas já descobri que nos seus olhos invento eu mesmo o que é o amor. Com o amor decido e decidido invado. Eu decidi escrever sobre você, para você. Eu decidi querer você.

Minhas crônicas estão repetitivas. Persistem em pedir por você. Clamam para que permaneça. Solicitam sua presença. Mandam que finque suas raízes nesse vento carinhoso que toca a pele e acaricia a alma.

No quebra-cabeça que me dá a vida, você é o encaixe, tanto quanto o verbo transitivo direto. Conecta. Sintoniza. Evidencia. Suaviza.

Não me carregue como se pudesse me levar debaixo dos braços. Leve-me no peito. Acolha-me. O tempo é agora. O espaço também. Há certa urgência nos meus passos. Eu tenho urgência de você!

Minhas crônicas não repetem o nome, mas são todas iguais no pressuposto. Você. São invadidas pelas inspirações que advém de sua existência. Estão repletas de sua beleza. Consagram sua verdade. Sagram sua magnitude que atrai, desperta, apropria. Não sou mais o mesmo depois de você, ainda que a essência seja a mesma. E é a minha essência que se apaixonou por você. Foi a minha essência que percebeu o quanto você soma, multiplica, eterniza a minha felicidade. Nossa natureza nos aproxima. Nosso encontro provoca tempestade solar. Quero que a tempestade solar invada a lua e que isso dure para sempre.

Que minhas crônicas se repitam a cada edição e provem que mesmo que falem do mesmo ainda sim apresentam novidades. As novidades do amor sempre tão único e exclusivo. E, tão íntimo a nós é o mesmo amor. Matemática divina essa em que eu ganho ao perder meu coração pra você.

Não há intimidade maior do que namorar com os olhos. Eu tenho todas as intimidades com você. Abala a minha estrutura, causa terremoto. Meu olhar não muda. Apaixonado sou cada vez mais. Fidelidade e zelo é o que te ofereço. Dedicação. Ser responsável por você. Cuidar de você. Renunciar a todo o resto por você. Somos diferentes de um jeito que se completam. O que você precisa de mim hoje? Pergunta que posso fazer todos os dias.

Quando a felicidade de alguém te deixa imensamente feliz e a sua felicidade também deixa o outro alguém imensamente feliz - isso é sincronicidade plena. Um cuidará do outro. Um se preocupará com o outro. Talvez esses sejam os mais divinos valores do amor.

Minhas crônicas sofrem de crônica necessidade de você. Espera com e sem angústia. Vontade repleta de luz que, inspirativa, quer você mais do que em todas as crônicas, quer você na minha vida.

Mas minhas declarações em parte são em vão. Te dão a certeza, explicitam a minha falta de dúvidas. O que sei é que batalhei muito, não medi nada na tentativa de ganhar seu coração. Isso me dá a tranquilidade de que pelo que quis ofereci toda a dedicação, muitas vezes confundida com humilhação. O amor enfraquece e não tive receio de parecer fraco ao ponto que me entregando fui fortaleza para criar um milhão de situações que pudessem te fazer feliz. Permaneço o quanto posso e deixa.

Minhas crônicas continuarão chatas e repetitivas por um bom tempo. Os livros que escreverei também terão muito ou tudo de você.  E não me importo com a coautoria. Porque inesquecível, essa inspiração também é perpétua. Porque imprescindível, essa presença também desconsidera a ausência e prossegue em memórias, lembranças e imaginações que preenchem todas as lacunas de meus versos passados, presentes e futuros. Ao fim, todas as minhas crônicas não tem o seu nome explícito, mas são sobre você e para você.

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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