Azul do céu, azul do mar

sábado, 28 de novembro de 2015

Eu rio com você de nada e me sinto bem com a sua presença marcante. Não há dia, nem evento ou encontro comum com você. Fico a observar seus olhos de mistério que se tornam ainda mais belos quando me pego tentando desvendá-los. Tem cor de céu? Tem cor de mar?

Ouço músicas e me vem você como protagonista delas. Vejo futuro e me vem você como presente. É leve. É coerente. É avassalador. É puro. É gracioso.

Os dramas se compõem e se completam no exagero de cá e no equilíbrio daí. Prudência? O silêncio momentâneo fala tudo e fico a imaginar o que ele diz. Eu sei o que o meu silêncio conta... O que diz seu sumiço?

Faz de propósito, sem fazer de conta. Faz jogo, sem se fazer jogador. Joga baixo. Joga limpo. Sem querer ser jogo, me jogo e dou os sinais que finge não ver. Perguntas me entorpecem. Onde está você?

Primeiro achei esquisito, depois percebi que era natural essa vontade de ficar por aqui. Volto mais rápido. Desfaço planos se tenho que ficar distante. Mais perto, sinto saudade quando vai embora. Sorrindo faço fita de quem esconde na interpretação de ator amador a verdadeira intenção de não desgarrar da sua mão e de deixar marcas no seu pescoço. Sorte imensa seria deixar marca nesse coração esperto que batalho para entrar. Enquanto escrevo, fico a imaginar: o que preciso fazer para entrar?

Prometo, então, invadir. Sem direito à recusa. Com todas as tropas de meu exército. Quinquilharias românticas, frases de efeito, poemas, canções e crônicas. Sobretudo, crônicas. Me mostra uma música. Respondo com outra. Uso música para fazer um pedido, sem de fato fazer como gostaria. Ri. Apenas ri o sorriso mais encantador e sereno do mundo inteiro. Insisto em tentar entender. Contenho a ansiedade. Espio. Seu jeito me seduz. Sua inteligência me cativa. Sua sensibilidade me inspira. Sua sagacidade me arrepia. Você como um todo me... Quero não por um querer apenas desejoso. Quero porque já percebo o que preciso. O que você precisa? Podia tanto precisar de mim. Não vou mais mendigar. Mas para seu céu de graça não uso guarda-chuva.

Estudo poesia, você medicina. Na geografia de nós dois a distância se faz e se desfaz na proporção do tempo que a física pede e a história não impede. Você impedirá?

Atende logo esse telefone! Esquece as imaginações estúpidas e me ouve ou ouve a voz desse coração errante que tento corrigir a rota, para o meu encontro. O que seus olhos querem?

Azul do céu. Azul do mar. Seus olhos são pecado. Seus olhos não perdoam. Quem os olha aceita o feitiço. Quem como eu voa e mergulha - cede, deixa-se conquistar, irradia, inspira-se.

Sigo estrelas na estrada. Canto alto as músicas que me deixa após ficar na sua casa. Infla de saudade o meu peito de tudo que poderia ser e não foi. Espero que lembre de mim. Peço momentos como os que já tivemos. Aguardo os instantes para por em pratica aquilo que planejei. A memória me impede de simplesmente ir embora após recusar respostas às perguntas que sequer fiz.

Guardo a rolha do espumante rosé italiano. Guardo ainda mais na memória conversas que sublinho dessa história que vai se construindo a dois, em velocidade respeitosa. Aceito todos os convites. Pague a aposta. Deixo dirigir o meu carro. Durma na minha casa! Há de lumiar essa doce ccompanhia. Responda à música! Meu convite já não é mais apenas para um jantar romântico. De que cor será seu céu? Qual é a verdadeira cor do seu amar?

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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