O El promove mais um atentado na Europa

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Mais um atentado recente em Paris, poucos dias após um outro em Londres, e vários outros desde o início de 2017. Esses atos terroristas acontecem sempre em locais turísticos por excelência, maneira inteligente e bem-sucedida para chamar a atenção sobre um movimento que, em princípio, defende uma religião, uma cultura, seja lá o que for. Inteligente porque os locais escolhidos estão sempre cheios de pessoas; bem-sucedida pelo número de feridos e mortos no final dessa barbárie sem precedentes.

Mas se analisarmos sob a fria ótica do bom senso, esses imbecis colhem apenas desprezo e ódio do ocidente para com os povos que professam a religião islâmica. Em nenhum momento, mesmo os oriundos dos países árabes conflagrados, despertam a compaixão do ocidente, a não ser naquelas pessoas que pensam muito mais com o coração do que com a razão.

O que vejo aqui na Europa é que após a desgastante exposição, pela mídia, dos refugiados morrendo às centenas nas travessias do mar Mediterrâneo ou do deslocamento em massa desses mesmos refugiados, em direção à Alemanha, Itália e Hungria, a solidariedade se transformou em questionamento ou raiva, mesmo.

Na Alemanha, França, Itália ou Suíça, países onde pude conversar com pessoas que lá moram, as queixas são praticamente idênticas. Poucos são aqueles que pedem asilo com a verdadeira intenção de melhorar a qualidade de vida, de se integrar aos hábitos dos países para os quais migram. Na França, por exemplo, a maioria chega com a intenção de logo após ter sua situação regularizada, viver às custas do governo, ou seja, dos contribuintes. Sabem que vão receber uma ajuda em dinheiro, pela situação em que se encontram, e cerca de 300 euros por filho nascido em solo francês. Com isso, muitos casais chegam a receber um salário mínimo do país (cerca de 1200 euros) sem o mínimo esforço, a não ser o de parir. Sabem também da facilidade que é obter licenças remuneradas por doença ou acidente de trabalho, pois a previdência social francesa é mais do que uma mãe. Pasmem, mas na terra de Asterix existem casos de pessoas que se machucaram, de propósito, para não trabalharem.

Na Suíça é muito comum um refugiado entrar numa loja de eletrodomésticos, comprar a melhor televisão, pagar a primeira prestação e simplesmente dar o beiço nas demais - que ficam para o suíço que trabalha pagar. Lá, o salário mínimo é de 3200 francos suíços. Resultado prático é que os bares de bandeira árabe estão sempre cheios de desocupados bebendo e jogando conversa fora. Mas, isso é um achado comum em toda a Europa, verdadeiros clubes do bolinha.

A Alemanha e a Itália não ficam atrás, pois as leis da comunidade europeia não diferem muito, entre os países membros. Daí que os imigrantes, muitas vezes, têm muito mais vantagens que os europeus natos.

Mas, o que mais chama a atenção é que a tão esperada integração não existe, pois o choque cultural é intransponível. Não aceitam os costumes ocidentais e ou tentam impor os seus, ou passam a viver em comunidades fechadas, não fazendo a mínima questão de aprender o idioma local. Alguns países como a Alemanha e a Itália passaram a exigir que para obter a cidadania, o postulante tem de fazer um curso que lhe ensine o básico para poder se comunicar. Ao final desse curso, são obrigados a fazerem uma prova que mostre o domínio da língua local, sob pena de serem enviados aos seus países de origem.

Assim, numa convivência na maioria das vezes conflituosa, germinam os sentimentos de exclusão, de discriminação e de raiva. Isso repercute, principalmente, entre os jovens que passam a ser presa fácil para os movimentos extremistas, que os recrutam, os treinam no exterior e os reenviam para os países dos quais passaram a ser cidadãos. O mais triste dessa história é que nunca vimos um país árabe oferecer ajuda humanitária aos refugiados, na maioria das vezes, originários de outro país do oriente médio. Será por quê?

TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.