A estrela solitária volta a brilhar

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sexta feira, 20,  à noite o Botafogo, já de volta à primeira divisão do campeonato brasileiro, sagrou-se campeão da série B, encerrando a temporada com fecho de ouro. O alvinegro carioca não pode ser mais alcançado pelos demais concorrentes, pois ao findar a penúltima rodada do campeonato, o Fogão estava cinco pontos à frente do segundo colocado. Sábado que vem, 28, no estádio Nilton Santos, o Botafogo recebe o América Mineiro, num jogo que se tornou um simples amistoso e onde a torcida poderá homenagear seus campeões.

Não concordo com dois comentaristas esportivos, que em programas recentes, quando perguntados se comemorariam o título, responderam com um sonoro não, dizendo que só timinhos se mostram satisfeitos com título da segunda divisão. Acho que tal posicionamento mostra um preconceito com a série B e esquecem que títulos, são o coroamento de todo um trabalho ao longo da temporada e devem, sim, serem motivo de orgulho tanto para os jogadores quanto para a diretoria e a torcida. O Fogão é campeão e, nesse combalido Estado do Rio de Janeiro, é o único time que conseguiu um título e honrou o outrora vencedor futebol carioca. O Vasco da Gama luta desesperadamente para não ser rebaixado, o Fluminense e o Flamengo apenas cumprem tabela, com uma campanha pífia.

Claro está que a série B não tem o mesmo charme nem o mesmo peso da série A, sendo o local apropriado para aqueles clubes que não investiram, ou foram mal administrados, vítimas da incompetência ou da má fé de seus dirigentes. Aliás, essa última afirmativa cai como luva no alvinegro de General Severiano, que só não faliu, em 2015 por que Deus assim não o quis. Talvez o criador tenha uma certa preferência pelo clube da estrela solitária, pois o Botafogo, nas palavras do grande jornalista e botafoguense Armando Nogueira, “é bem mais que um clube – é uma predestinação celestial”. Seu símbolo é uma entidade divina. Feliz da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre no caminho certo. O caminho da luz. Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus”. Tenho certeza que mestre Armando está comemorando, lá do alto, mais um título do seu clube amado, não importa se na divisão A, B ou C. O importante é comemorar.

Mas, temos de admitir que o time não é lá grande coisa e, se sobrou na série B, nem por sombras deve ser parâmetro para a volta à elite, no ano que vem. Desde já, torço para que não seja nem finalista do cariocão 2016, para não incorremos no mesmo erro, que na minha opinião, matou o time de São Januário. Ao ser campeão do estado, em 2015, o Vasco que já não fora grandes coisas na temporada de 2014, chegando em terceiro lugar na segundona, achou que tinha plantel para a ir em frente. Conclusão, só um verdadeiro milagre o salva do desastre e deve retornar à série B.

O Fogão está de parabéns, é campeão, volta para o lugar de onde nunca deveria ter saído. Não foi uma campanha brilhante, o time precisa de reforços urgentes, em várias posições, mas coroou o esforço de um grupo de jogadores, de uma diretoria que abraçou a causa de uma torcida ferida, mas confiante num final feliz. O final chegou domingo, 22, em Brasília, diante da sua torcida apaixonada e no estádio que tem o nome de um dos seus maiores ídolos. O Botafogo é campeão. Mas, essa mesma torcida que hoje sorri de orelha a orelha, em 2016, tem de dar sua contribuição com o comparecimento maciço aos jogos, maneira eficaz para aumentar a arrecadação mensal do clube e ajudar a diretoria a sanar dívidas e melhorar a qualidade dos jogadores.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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