Massimo — 24/11/2015

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Susto
Após um fim de semana prolongado, a semana começou com um baita susto para quem traz vivas na memória as lembranças de janeiro de 2011.
No Centro e em diversos bairros da cidade, a intensidade do temporal que caiu por volta das 6h de ontem, 23, tanto em volume de água quanto em número de descargas elétricas, reavivou traumas impossíveis de apagar.
Felizmente, desta vez, a duração do evento não foi suficiente para causar maiores estragos.

Trânsito (1)
Novamente um dos primeiros setores a sofrer com as chuvas foi a mobilidade urbana.
Na altura do loteamento Parada Raquel, na Chácara do Paraíso, por exemplo, a queda de uma árvore sobre a pista interrompeu o fluxo de veículos nos dois sentidos na principal estrada de acesso ao distrito de Amparo, a RJ-150.
As linhas de ônibus afetadas passaram a circular por rota alternativa através das Braunes, ainda que a liberação da pista tenha ocorrido rapidamente.

Trânsito (2)
Houve, claro, muitos outros relatos, como a queda de três árvores em Riograndina, mas, felizmente, até o fechamento desta edição os prejuízos comprovados tinham sido essencialmente materiais, e, na maioria dos casos, reversíveis.
Menos mal.

Aliás...
Nunca é demais relembrar, no entanto, os riscos a que se expõe quem circula em meio a temporal de tais proporções, sobretudo numa cidade com topografia tão irregular quanto a nossa.
E mesmo para quem estiver em casa, ao menor sinal de instabilidade a recomendação é que se busque o abrigo seguro mais próximo.
Afinal, a vida é o bem mais precioso.

Erro histórico (1)
Uma das frases mais comuns em dias como este é: “E olha que o verão ainda nem começou”.
Mas, a rigor, isso não é totalmente verdade.
Historicamente o início da estação mais quente do ano é celebrado junto ao solstício de verão, que marca também o dia mais longo do ano.
Mas isso não faz assim tanto sentido.

Erro histórico (2)
De fato, muitos membros da comunidade científica argumentam que seria mais lógico que o solstício marcasse o ápice do verão, e não seu início, da mesma forma como os equinócios deveriam marcar os ápices da primavera e do outono.
Isso explica por que o último mês de cada estação apresenta características muito mais afeitas à estação seguinte, e também por que o horário de verão começa tão mais cedo que o verão propriamente dito.

Erro histórico (3)
Olhando por este prisma, portanto, poderíamos argumentar que, na prática, parcela significativa do verão já passou, sim.

Parte boa
A boa notícia é que, com as chuvas de novembro, os reservatórios que vinham operando no volume morto agora estão em situação mais confortável.
No principal ponto de captação local, o manancial de Rio Grande de Cima, responsável pelo abastecimento de 60% da população friburguense, o índice pluviométrico registrado entre 21h de domingo, 22, e 9h de ontem, 23, foi de 35 milímetros.
O que não significa dizer, claro, que a população possa esbanjar no consumo.

Falta e excesso
Curiosamente, o excesso de chuvas pode causar pontuais falhas de abastecimento, graças ao acúmulo de detritos na rede hidráulica.
Cada caso precisa ser analisado pontualmente, e a recomendação em situações como esta é entrar em contato com a ouvidoria da concessionária de águas, através do telefone 0800-026-0008.

Sinais antagônicos
Enquanto o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) informa que em outubro o mercado formal de empregos em Nova Friburgo perdeu mais 251 vagas, a movimentação nas ruas produz sinais bastante antagônicos em relação ao momento atual de nossa economia.

Comércio agitado
De um lado, o comércio estava para lá de movimentado na tarde do último sábado, 21,dando uma prévia de que o Natal pode não ser tão ruim, afinal, como tantas vozes têm anunciado.
Um cenário que corrobora declaração recente de Braulio Rezende, presidente da CDL e do Sincomércio, atestando que o mercado friburguense ainda não sentiu os efeitos da crise de maneira tão intensa.

Não custa tentar
Por outro lado, as longas filas nas casas lotéricas têm dobrado esquinas, dando a exata dimensão do quanto a turma anda contando com a sorte para poder sair do sufoco neste fim de ano.
Quer dizer: podia estar pior, mas não custa nada torcer para melhorar!

Ecoando
Está repercutindo bastante nas redes sociais a lei municipal 4.391/15, do vereador Christiano Huguenin, que prevê a parada de ônibus urbanos fora dos pontos previstos, quando isso for solicitado por mulheres após as 22h.
Por iniciativa popular, vereadores de diversas cidades já estão recebendo cópias do texto, a fim de que ele possa ser adaptado à realidade de cada região como forma de combater práticas de violência contra a mulher.

Por falar nisso...
O 11º Batalhão de Polícia Militar reforçou ainda mais a campanha contra a violência doméstica, através da elaboração de dois panfletos com o intuito de estimular a prática da denúncia.
A iniciativa se soma ao Projeto Guardiões da Vida, que destaca diariamente dois policiais com curso específico para lidar com estes casos, a fim de que visitem famílias com histórico de violência com o objetivo de evitar a repetição de agressões entre casais.

Reflexão (1)
Temos visto diversos casos mais ou menos recentes em nossa política, tanto federal quanto municipal, afirmando que conhecidos casos de irregularidades teriam sido cometidos sem o conhecimento dos respectivos chefes, cuja defesa costuma se basear em termos como “ingênuo”, “inocente”, desenhando o tipo de personagem que “entra de gaiato” em situações tramadas por terceiros.

Reflexão (2)
Mas, cá entre nós, essa é uma argumentação estranha, que apenas troca a suposta desonestidade pela inaptidão ao cargo.
Afinal de contas, o chefe continua sendo responsável pela administração, de uma forma ou de outra.
Até porque de governantes ou diretores não se espera apenas honestidade - que deveria ser um pressuposto geral - mas também, e sobretudo, competência.

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Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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