Integração

sábado, 18 de fevereiro de 2017
Foto de capa
Música para todos — A foto que ilustra a coluna de hoje foi feita pelo amigo Henrique Pinheiro, e serve de homenagem a todos os músicos que atuam nas ruas de Nova Friburgo. Inclusive, se algum leitor souber informar o nome do flautista retratado, a coluna agradece desde já.

Para pensar

“É pensando nos homens que eu perdoo aos tigres as garras que dilaceram.”

Florbela Espanca

Para refletir

“Ter saudades do passado é correr atrás do vento.”

Provérbio russo

Integração

A data limite para a implantação do novo sistema de integração plena é a próxima segunda-feira, 20.

O Massimo entende que esta é uma questão crucial para o novo governo, e abre a coluna à participação dos leitores, para que possam ajudar a aperfeiçoar o serviço, caso algum ajuste ainda se faça necessário a partir desta data.

Regulamentação

A notícia também deve ser bem recebida na Câmara, onde uma proposição do vereador Zezinho do Caminhão irá tentar, mais uma vez, atualizar a regulamentação do uso da frota.

Em essência, o projeto busca assegurar que os veículos da Casa sejam utilizados apenas para o exercício do mandato, e não para que o vereador volte para sua residência, por exemplo.

Mas ninguém precisa se preocupar. A integração vem aí.

Posicionamento

Muita gente pergunta ao Massimo por que ele é tão contrário à implantação das chamadas Organizações Sociais (OS) no sistema de saúde pública.

O assunto tornou-se especialmente pertinente nos últimos dias, com alterações importantes no primeiro escalão da pasta no município, e também com o debate ocorrido na Câmara Municipal na noite de quinta-feira, 16, cujo relato encontra-se em matéria específica que A VOZ DA SERRA publica nesta edição.

Vamos a algumas razões, portanto.

Justificativa (1)

A primeira delas se dá pela justificativa.

Terceirizar qualquer atividade sempre agrega um novo intermediário entre o dinheiro que deixa o tesouro e o serviço prestado a quem precisa, na outra ponta do organograma.

Tal intermediário implica em gasto extra, ou pior, na redução do volume de recursos que efetivamente chega ao usuário, que neste caso específico é o paciente.

Justificativa (2)

E a justificativa para a presença desta figura controversa é sempre a de que “o governo não tem condições de administrar com a mesma eficiência”.

Ora, esse é o tipo de coisa que não dá para engolir, sob pena de questionar a própria existência deste estado que se assume ineficiente mas ainda assim se apodera de mais de 30% do fruto de nosso trabalho.

Justificativa (3)

Aqui em Nova Friburgo, por sinal, o sucesso de iniciativas recentes - já no governo Renato Bravo - mostra que a administração pública pode sim conseguir bons resultados através da administração direta, quando efetivamente se empenha para tanto.

Ainda mais quando o governo tem à sua disposição importante linha de crédito para levar adiante a informatização de toda a secretaria de Saúde.

Céu e inferno

O grande problema é que hospitais são ambientes de tensão, porque exercem atração especial sobre os dois polos antagônicos do caráter humano.

Em muitos deles, profissionais abnegados que dedicam suas vidas a reduzir o sofrimento alheio são obrigados a conviver com figuras abjetas, cuja presença é unicamente voltada a ganhar dinheiro a partir deste mesmo sofrimento.

Hospital-lavanderia (1)

Em nossa cidade existe ao menos um exemplo paradigmático deste tipo de situação.

O leitor sabe que todo hospital precisa ter uma boa lavanderia, por razões óbvias. Mas, neste caso específico, alguém poderia dizer que acontece o contrário, e é a lavanderia que tem seu próprio hospital, tamanho é o volume de coisas que são lavadas por lá.

Hospital-lavanderia (2)

Levando-se em conta que tal unidade integra o mesmo patrimônio que cresceu a partir de jogos de azar de inspiração animal, e que financia escola de samba no Rio de Janeiro, não deveria surpreender a ninguém que em seu quadro exista ao menos um profissional cuja “expertise”, se é que podemos chamar assim, seja “saber tirar dinheiro do SUS”, através de expedientes que despedaçam a dignidade humana.

O Massimo prefere poupar seus leitores de alguns exemplos que reviram o estômago.

Fins lucrativos (1)

Organizações Sociais não deveriam ter fins lucrativos.

Mas na prática não é bem assim.

A rigor, são milhares os casos de enriquecimento que podem ser listados numa pesquisa rápida, e a própria forma como determinadas pessoas lutam desesperadamente por este tipo de contrato, inclusive se dispondo ao pagamento de expressivas propinas, deixa claro que o interesse em questão não é de natureza humanitária.

Fins lucrativos (2)

Não admira que grande parte da corrupção atrelada ao governo estadual na última década esteja relacionada à orgia de terceirizações que explorou todas as possibilidades de superfaturamento e pagamento de mesadas que o intelecto desprovido de caráter foi capaz de conceber.

Realidade local

Por fim, há que se dedicar alguma atenção à longa ficha corrida de algumas pessoas que hoje defendem a implantação de OS no Hospital Maternidade e no Raul Sertã.

Tem de tudo ali, só não vê quem não quer.

Caminho certo

Por tudo isso, o Massimo louva a postura da Câmara Municipal, que na noite de quinta-feira deu o primeiro passo para proteger o interesse público - e, por que não, a dignidade de nossos pacientes - deste grupo de abutres que já fez estragos em diversas cidades e agora querem fazer uma boquinha por aqui também.

Até o fim

Resta esperar que o plenário volte a aprovar em segunda discussão, dentro de dez dias, a emenda à Lei Orgânica que restringe a atuação das OSs à continuidade da UPA e à contratação de médicos.

Porque ninguém deve duvidar: como bem colocou o vereador Wellington Moreira em seu duro discurso, o telefone de muitos vereadores vai tocar nos próximos dias.

Bom filho

Após dois anos e meio atuando como professor de Jiu-Jitsu do Exército do Emirados Árabes Unidos, em Abu Dhabi, o friburguense Rick Kropt está de volta à serra.

Nesta sexta-feira, 17, ele inaugurou o mais novo centro de treinamento da Arte Suave em Nova Friburgo, na Rua Manoel Lourenço Sobrinho, 35, em Olaria.

“Câmara Consciente”

A presidência da Câmara Municipal anunciou um pacote de medidas voltadas à conscientização de servidores e funcionários do Legislativo.

A iniciativa visa o corte de gastos desnecessários de materiais, utilização consciente da água, lâmpadas de led, manutenção de impressoras e de tudo que puder ser economizado, em vista das dificuldades financeiras previstas para esse ano.

Fala, leitor!

“Em todo carnaval, para os atendimentos realizados durante os eventos, são criados serviços extras para médicos e enfermeiros. Não sei quanto aos médicos, mas nós enfermeiros estamos sendo deixados de lado. A secretaria de Saúde preferiu escalar enfermeiros da UPA (contratados por uma OS) do que dar prioridade a seus funcionários. Eu e minhas colegas estamos indignadas com a falta de consideração. Favorecer uma empresa privada? Será que isso pode? Fica a dúvida.”

Resposta do governo

“Nos anos anteriores houve problemas por falha nos processos técnicos de trabalho. Pensando nisso foi contratada uma empresa especializada em eventos de rua, a fim de garantir segurança ao serviço médico durante o carnaval, permitindo ainda que o munícipe de Nova Friburgo possa aproveitar a festa carnavalesca e deixar a gestão com uma empresa que tenha expertise em eventos de rua. Vale dizer ainda que o evento está sendo patrocinado por iniciativa privada.”

Discursos duros

A coluna de sexta-feira listou os dois requerimentos de informação apresentados durante a sessão de quinta-feira, pelos vereadores Janio de Carvalho e Pierre Moraes.

Pois bem, ambos foram aprovados por unanimidade, e seus respectivos discursos de defesa merecem a atenção do leitor.

Os vídeos podem ser encontrados facilmente no Facebook.

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Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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