Gestações de risco

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Para pensar:

“Acredita na sua fidelidade: farás com que seja fiel.” Sêneca

Para refletir:

“Compara-se muitas vezes a crueldade do homem à das feras, mas isso é injuriar estas últimas.” Fiódor Dostoiévski

Gestações de risco

Durante uma das sessões realizadas na Câmara terça-feira, 14, o vereador Professor Pierre fez um duro discurso questionando a recente transferência do atendimento pré-natal de alto risco do hospital maternidade para o posto de saúde Sylvio Henrique Braune.

O questionamento coincide com outros depoimentos recebidos e apurados pelo colunista.

Aspas

“Quando foi organizado o pré-natal de alto risco junto à Maternidade, foi por reconhecer que dada a complexidade e agravos das condições de risco obstétrico essas pacientes deveriam ser atendidas junto a uma estrutura que pudesse dar suporte às suas necessidades especiais e reduzisse ao máximo o inerente risco à vida das mulheres e seus filhos. Oferecemos a estas pacientes em condição de risco um laboratório, ultrassonografia, atendimento de emergência e acesso fácil e imediato a internação hospitalar.”

Aspas (2)

“Quando foi implantada a organização do acompanhamento de forma hierarquizada, em 2000, havia a clareza de que não podíamos conviver com os índices alarmantes de agravos que chegavam à ponta, na emergência obstétrica. Consolidamos que só funcionaria na Maternidade o pré-natal de alto risco referenciado. Isto é, só atenderíamos as pacientes devidamente encaminhadas e dentro dos critérios de risco estabelecidos.”

Aspas (3)

“Ora, porque não permitir que uma estrutura bem organizada e que mudou radicalmente indicadores continue funcionando junto à unidade hospitalar de referência? Entendo que este retrocesso vai trazer sérias consequências ao atendimento destas pacientes especiais. Nada justifica isso. Defendemos que este serviço deve funcionar o mais próximo possível dos melhores recursos que temos na rede pública. Isto é: no Hospital Matenidade”, desabafou um profissional cuja identidade será preservada.

Tempo precioso

Ao justificar sua defesa, o vereador Professor Pierre levantou questionamentos que ficam em aberto, caso algum dos responsáveis deseje responder.

“O que vai acontecer se alguma dessas grávidas de alto risco necessitar de atendimento de urgência? Ela vai ter que ser deslocada? Será que haverá tempo para que seja atendida? Habitualmente são atendidas entre 280 e 300 mulheres por mês, de toda a região. O serviço tem que funcionar na maternidade, e não longe. É um absurdo.”

Aliás...

Talvez não signifique nada, talvez seja mais um indicador de que algo vai mal.

Alguém observou que, em determinado momento desta semana, quem fosse ao Hospital Raul Sertã corria o risco de ver mais policiais trabalhando do que médicos.

Silêncio no trânsito

O leitor Gustavo Soares escreveu à coluna manifestando algumas dúvidas com relação à efetividade da lei proposta pelo vereador Zezinho do Caminhão, e aprovada recentemente pelo plenário, com a finalidade de combater os abusos sonoros tão frequentes em nossas vias.

Pergunta

“Li a nota sobre o barulho das motos, e confesso que não entendi. Já não é lei o barulho alto que essas motos emitem em qualquer horário? Como que foi criada outra lei e apenas proibindo em um determinado horário (22h às 8h)? Esse barulho não pode em nenhum horário, já existe uma lei! Outra questão, como vamos denunciar ao 190 caso escutemos o barulho? Eu ligo, a polícia vem e a moto já passou há muito tempo. Como vamos denunciar nesse caso? Não teria que haver blitz para recolher essas motos em flagrante?”

Explicando (1)

Existem vários pontos em questão, mas em essência a legislação busca ampliar a capacidade de ação da polícia, ao especificar irregularidades que independem do uso do decibelímetro para que sejam identificadas.

É preciso entender que o uso do aparelho só terá validade se for feito por pessoas credenciadas pelo Inmetro, o que torna sua aplicação muito restrita.

Explicando (2)

Também é importante lembrar que o texto necessita ser regulamentado pelo Executivo, e que o deslocamento destas motos muitas vezes inviabiliza o flagrante.

O 11º BPM demonstrou o interesse de coibir a prática com maior proximidade, e o Massimo entende que, além da realização de blitzes periódicas, as imagens do Cidade Inteligente e outros registros de vigilância deveriam ser melhor aproveitados.

Amor à vida

Assim como o colunista, muitas pessoas se sentiram tocadas pela bela imagem de autoria de Henrique Pinheiro, retratando a vegetação que teimou em brotar em meio a uma inóspita parede de concreto, nas cercanias do sonhado hospital de oncologia, na Ponte da Saudade.

A nossa colega Elizabeth Souza Cruz disse que adorou, e o parceiro Sílvio Poeta escreveu o fragmento que a coluna reproduz abaixo.

Natureza e o concreto

“O desafio do último dia 10 me levou a observar os muros de contenção entre as avenidas do Centro de Nova Friburgo, onde passa o Rio Bengalas, até Duas Pedras, onde encontrei vários vegetais tentando sobreviver entre os muros de concreto, e cheguei à conclusão de que se o ser humano deixar de existir no planeta, a natureza tem a capacidade de regenerar toda a terra. É uma reflexão para o homem ver como ele é pequeno no universo.”

Foto da galeria
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Massimo

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Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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