Entrelinhas

sábado, 17 de março de 2018

Para pensar:

"O resultado mais sublime da educação é a tolerância."

Helen Keller

Para refletir:

"Da noite escura que me cobre, como uma cova de lado a lado, agradeço a todos os deuses a minha alma invencível.

Nas garras ardis das circunstâncias, não titubeei e nem sequer chorei, sob os golpes do infortúnio minha cabeça sangra, ainda erguida.

Além deste vale de ira e lágrimas, assoma-se o horror das sombras, e apesar dos anos ameaçadores, encontram-me sempre destemido.

Não importa quão estreita a passagem, quantas punições ainda sofrerei, sou o senhor do meu destino, e o condutor da minha alma."

Poema Invictus, de William Ernest Henley

Entrelinhas

A leitora Mariza Cardoso de Oliveira enviou uma mensagem que provavelmente deve expressar o sentimento de muitos leitores por aqui.

"Às vezes até consigo interpretar as entrelinhas, mas tem horas que fica difícil! Quem ganhou? Quem perdeu nessa disputa dentro dessa politicagem barata."

Entre amigos

O Massimo pede desculpas aos leitores se muitas das vezes não pode ser mais claro a respeito de certas circunstâncias.

Mas há várias razões para isso.

Bom exemplo

Vejamos o caso da nova diretoria do Hospital Maternidade, por exemplo. O colunista tinha a informação havia alguns dias, e publicou com exclusividade que haveria mudanças.

Mas se tivéssemos dado nomes aqui, restava a possibilidade de que isso afetasse o que já havia sido acordado, e a situação poderia se modificar antes de se concretizar.

Para dizer mais

Em outros casos, citar nomes significa estabelecer limites mais baixos para aquilo que pode ser dito, ao passo que através da linguagem cifrada acaba sendo possível traçar um panorama muito mais geral das forças em movimento.

Mas é claro que esta é uma faca de dois gumes, e nem sempre a abertura da mensagem consegue torná-la compreensível a todo mundo em casa.

Clareando

Ainda assim, talvez possamos ser mais claros no caso específico questionado pela leitora Mariza.

Não é segredo, a essa altura, que a Saúde municipal está sob a influência direta de um dito "conselheiro", que não foi eleito nem nomeado.

Uma eminência parda com respaldo suficiente para negociar dívidas em nome do governo, e que a maior parte da população consegue identificar sem dificuldades.

Até porque não é nada disfarçado não.

Vassoura nova

Pois bem, a gestão atual da Saúde parece ter subestimado tal fato, talvez por não perceber que o espaço que teve para exonerar e nomear tantas pessoas no início dos trabalhos não era exatamente reflexo de prestígio, mas sim algo bastante conveniente a quem, lá em cima, pretendia estabelecer uma ruptura temporal e se referir ao início do próprio governo como quem fala de vidas passadas.

Ora, é claro que isso não podia dar certo.

Sinais

Em pouco tempo estabeleceram-se diversos conflitos de interesse e deu-se o cabo de guerra entre nomeado e "ministro sem pasta".

Havendo telhado de vidro nos dois lados, a guerra descambou para baixarias apócrifas derramadas em grupos de WhatsApp.

Enquanto isso, a manutenção de parte da equipe técnica de setor específico do Raul Sertã bem como o conjunto de nomeações na maternidade indicam que o time do ministro ainda dá as cartas.

Outra seara

Aliás, a sessão de quinta-feira, 15, na Câmara Municipal, mostrou que a disputa já está avançando para outras frentes de batalha.

Basta dizer que foi apresentado ao plenário - e aprovado por unanimidade - requerimento de informações sobre profissionais específicos que atuam no Raul Sertã e na maternidade.

Coincidência?

Autoimune

No fim, é claro que a população sempre perde quando a energia política se torna autoimune, e células diferentes de um mesmo corpo começam a se rejeitar e atacar mutuamente.

Mas, ainda assim, o episódio já serviu para expor quem manda e quem não manda, quem andou nomeando e com quais critérios, e também a forma como nossa pasta mais sensível ainda sofre muito com propósitos egoístas.

Em tempo...

A sessão também aprovou requerimento de informações proposto pelo vereador Isaque Demani direcionado à concessionária de água e esgoto com questionamentos sobre a falta de abastecimento em algumas localidades e a qualidade da água distribuída.

Audiência

Já a vereadora Vanderleia conseguiu aprovar a realização de audiência pública na próxima quarta-feira, 21, para tratar de um tema que nunca pode ser negligenciado: violência contra a mulher.

Síria

O amigo Eduardo Jácome, sempre ele, manifestou-se a respeito da sugestão publicada na coluna para que Nova Friburgo faça algo de concreto em apoio à castigada comunidade civil na Síria.

Segue sua sugestão.

Aspas

"Fiquei muito feliz em ver sua real preocupação com a situação da Síria e sua vontade em ajudar. Apoio completamente sua campanha e minha sugestão, que já havia comentado há algum tempo com minha mulher, era de por que não recebermos algumas famílias nesta terra tão abençoada e tão acolhedora? O que o povo sírio vive é uma das maiores tragédias dos nossos tempos. Por que não pensarmos em acolhermos 200 sírios e sírias, algo como umas 50 famílias, nestes 200 anos de nossa querida cidade, formada por tantos imigrantes?"

Segue

"Sei que não é simples, mas com a união dos diversos segmentos da nossa cidade, poderíamos dar um pouco de amor, de paz e de esperança a essas famílias. É pouco diante da dimensão da tragédia mas, além de não nos omitirmos, quem sabe não incentivaríamos outras cidades a fazerem o mesmo, com sírios, venezuelanos, haitianos e com outros povos que vivem um verdadeiro flagelo. Eu e a Lulude estamos prontos para participar de uma iniciativa como esta."

Patrimônio

Leitores como você, caro Eduardo, são o maior patrimônio e a razão de continuidade desta coluna.

Respostas

Graças a uma falha que atrasou a publicação da foto na edição digital da coluna de sexta-feira, 16, o Massimo pede desculpas a todos que já responderam ao desafio, mas vai publicar as respostas apenas na próxima edição, terça-feira, 20.

Um ótimo fim de semana para todos!

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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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