Um professor século 21

terça-feira, 23 de maio de 2017

A idade da pedra não acabou por falta de pedra, do mesmo modo que a idade do lápis e papel não acabou por falta de grafite, madeira ou borracha.

As eras mudaram porque surgiu uma nova tecnologia capaz de suplantar a anterior com maior eficácia.

Podemos concluir que a era da memorização acabou, não por falta de memória ou de recursos mnemônicos e, sim, porque a capacidade de análise e crítica aumentou entre os vários modos de se ensinar e desenvolver uma aula.

Meses atrás uma professora dizia-me que tinha uma relação “histórica” com o mimeógrafo a álcool. Talvez ela não tivesse percebido que a era do mimeógrafo a álcool tenha acabado não por falta de álcool e, sim, porque surgiram outros meios de policopiar um texto, o gestetner de stêncil eletrônico teve o seu papel e os computadores chegaram para aposentar uma série de máquinas.

Por estas razões podemos dizer que as aulas em quadros de giz estão acabando não por falta de giz, mas porque um novo professor engajado num processo de descoberta junto com os alunos resolveu enveredar pelos caminhos do “aprender a aprender”.

Este professor crítico, capaz de relacionar-se com a qualidade formal em meio a tantas máquinas modernas, é também o mesmo que desenvolve a qualidade política ao considerar os valores das pessoas, suas histórias e seu relacionamento social.

Será este professor resiliente e que, portanto, é aberto às coisas novas dentro de uma sociedade em transformação, ao aprimorar sua capacidade de discernimento que os meios educacionais aguardam ansiosamente. 

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Hamilton Werneck

Hamilton Werneck

Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.

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