Fla x Flu, sempre Fla x Flu

segunda-feira, 01 de junho de 2015

#eufui. Se fosse nos dias de hoje, seria assim que eu poderia começar um texto sobre a decisão do campeonato carioca que imortalizou o gol de barriga de Renato Gaúcho, dando o título ao Fluminense contra o eterno rival Flamengo. É, eu estava lá. Com uma amiga tricolor e duas flamenguistas me zoando - e já comemorando o título - até o finalzinho do jogo, quando o cruzamento de Aílton encontrou a barriga de Renato. Mas isto foi em outro tempo. Tempo sem #, sem smartphones, sem selfies e de Maracanã cheio, lotado, na verdade. Tempo em que a gente conhecia o nome de cada jogador do time, a escalação estava na ponta da língua. Dá pena ver os estádios brasileiros sempre com cadeiras e mais cadeiras vazias. Sem arquibancadas de cimento, sem geral, sem vendedores ambulantes vindos de trem lá de longe vender por um preço acessível todos seus produtos. Sem pessoas pobres. Tá certo, tem mais conforto, segurança... 

Já assisti muitos jogos no Maracanã e posso dizer que Fla x Flu é sempre Fla x Flu. A começar pelo show de cores, as três do Flu e as duas do Fla. Cinco. (Sim, o do time das Laranjeiras não é exatamente "vermelho", está mais pra grená). A história deste clássico é recheada de emoções. E o jogo de domingo, 31 de maio, não foi diferente. Cinco gols - dois de Fred - expulsões, pressão do Flamengo até o final, torcidas e jogadores nervosos, controvérsias, enfim, um jogo típico de Fla x Flu. Mas não dá para comparar as equipes atuais com algumas de outras décadas, dos doislados. Sem puxar a brasa para a minha sardinha, mas acho o time do Flu melhor. Principalmente por ter uma equipe com maior possibilidade de entrosamento, pelo tempo que muitos de seus jogadores atuam juntos: Fred, Cavalieri, Gum, Jean, Wagner são peças chaves para o time de Enderson Moreira. Isso sem contar com as constantes promoções do time de base para o profissional. Tudo em casa. Os meninos que tentavam se espelhar em seus ídolos, agora jogando ali, com eles, lado a lado. Imagine a emoção do garoto Gerson tendo sua chuteira beijada por Fred após o terceiro gol (passe do meia para o artilheiro)!O ídolo Fred!

Mas ainda falta muito para a equipe tricolor encantar a torcida e ser lembrada, daqui a alguns anos, da mesma forma que, por exemplo, a dos títulos do Carioca de 83 e 84 - Fla vice, nos dois - quando o carrasco Assis deu os títulos ao tricolor. Muitos outros Fla x Flus emocionaram as duas torcidas e como eu sou é tricolor, posso citar dezenas de outros: com Rivelino, Romerito e  Manfrini...a Máquina... Thiago Silva, Paulo Victor. O pior - ou melhor - é que não dá para esquecer os ídolos em comuns, eternizados nos corações das duas torcidas e causadores de alegrias e tristezas para ambas. Romário, Doval, Nunes, Paulo Cezar Caju, Rodrigues Neto,Claudio Adão, Roger Flores, Petkovic. A lista é muito grande. É duro ver seu ídolo jogando no rival, mas isto enriquece a já tão rica história deste clássico.  

Mas voltando ao jogo desta semana, o que vimos foi um Fluminense que ainda precisa acertar muitos detalhes, principalmente no meio de campo (Jean!!! volte a ser aquele Jean que chegou a ser convocado para a seleção!!!!), um menino, Gerson, que espero ansiosamente, não seja vendido pra Ucrânia ou algo parecido, dois técnicos que ainda não são considerados "top de linha" (o que na prática não significa muita coisa, desde que levem seus times a vencer), e um verdadeiro guerreiro que ainda por cima é o artilheiro do Brasileirão na era de pontos corridos. Sem querer invadir o espaço do meu amigo Felipe Basílio, que assina a coluna sobre o Flamengo aqui neste site, ao rubro-negro, com apenas um ponto ganho, resta se conformar com a derrota, levando em consideração o sufoco que deu no segundo tempo no time tricolor, buscando incessantemente o empate - como, aliás, geralmente faz. Embora desordenado - Cristóvão ainda não teve tempo de imprimir seu estilo à equipe - o Fla tem tudo para crescer com a chegada do atacante ex-Corinthians, Paolo Guerrero. Mas ainda fico com o guerreiro Fred.

Que venha o Coritiba!

Saudações tricolores.

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