Celebrando

terça-feira, 02 de maio de 2017

Pinçado da Internet:

“Qualquer problema que você tiver comigo é seu.”

Celebrando (1)

Na noite da última sexta-feira, 28, aconteceu o Baile de Gala em que foram celebrados os 60 anos do Nova Friburgo Country Clube.

Patrimônio que pulsa há seis décadas dentro de um complexo paisagístico monumental, que é o parque, que completa 155 anos de existência. E é impossível dissociar o clube do parque. E ainda, separar esse monumento da rica contribuição de pessoas.

Gente que fez da sua vida um capítulo dessa narrativa.

Celebrando (2)

Temos o hábito de associar patrimônio a atribuição de valores, sendo muitas vezes difundida a ideia equivocada de que eles – os bens – possuam valor intrínseco. Compreendo a frieza dos investidores, mas o que faz com que essas coisas sejam valiosas e significativas – o que o torna patrimônio são os processos culturais e as atividades que são empreendidas sobre eles, e dos quais eles se tornam parte.

E não somente os valores relacionados à idade, monumentalidade ou estética de um lugar.

Temos sim todos esses atributos. Mas temos mais...

Celebrando (3)

Na década de 60, eram os bailes de debutantes que acendiam candelabros para a juventude.

As senhoras já difundiam a necessidade da generosidade humana como salvaguarda do mundo.

E os clubes de serviço, como o Rotary, tiveram início entre festas e celebrações.

Ser elegante é ser solidário.

Celebrando (4)

A Festa do Colonizador ganhava a mídia nacional nos anos 70, e os carnavais exigiam dias e madrugadas de filas intermináveis para garantir camarotes e ingressos.

Na Festa de Queijos e Vinhos, canecos de cerâmica esmaltada, cumbucas de

barro e o aroma inconfundível da sopa de cebola.

No salão Colonial ou Amarelo, como queiram, eram os desfiles de moda que traziam as novidades.

Celebrando (5)

Os bailes de gala obrigaram comerciantes a criar departamentos de aluguel de smokings e no tapete vermelho desfilavam as elegantes mulheres de ouro, eleitas pelo costureiro Eduardo Rodrigues.

Eram as “dez mais”, como eram chamadas, que desfilavam em esvoaçantes longos de musselines e crepes...

Até que, no final da década de 1970, a estudante universitária adentrasse os salões com sua ciganinha de algodão floral (chamada “mamãe dolores”) e sandálias rasteiras.

O mundo, definitivamente, voltaria a girar.

Celebrando (6)

Nos anos 80 e 90, tempos de mudanças, de descentralização.

E o esporte atingiu o seu ápice. O basquete de ouro, o bolão internacional, os talentos

no tênis, o vôlei, a ginástica artística, a dança...

Teatro inaugurado, e o clube se transforma numa referência artística e entra para o circuito dos grandes espetáculos brasileiros. Evoé!

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Tempos de redemocratização e a sociedade brasileira se adaptaria a novos valores, naqueles tempos de crise e fé. Sempre!

E se o mundo não acabou, que sejam bem-vindos os anos 2000. E chegamos até aqui...

A noite da última sexta-feira, capitaneada pelo presidente Roosevelt Concy, reuniu várias gerações em torno da data.

Gente que viveu tudo isso e os novos, que dançaram ao som da Banda Celebrare, brindaram com flutes de Chandon, na recepção do DJ Rod Rock e da boa música do Guerra Trio.

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A magnífica ambientação, reproduzindo os ambientes da Casa do Barão, o Chalet levou assinatura de Leco Garcia, com flores de Luciane Affonso.

A noite ganhou o registro de Altair, da Taí Produções, e banquete assinado por David Ramos do Commemori.

Uma noite inesquecível! Irretocável!

Mostrando que o glamour e a elegância não estão nas pessoas, passageiros dos acontecimentos, mas na paisagem deslumbrante do mais amado cartão-postal da cidade.

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O momento de emoção foi o pedido de aplausos ao querido José Gandur Helayel Barucke,  presidente do clube que nos deixou recentemente.

E as homenagens foram para o Sr. Harold de Nova Friburgo Lee Hartman, trineto do 1º Barão de Nova Friburgo Antonio Clemente Pinto e bisneto do Conde de Nova Friburgo Bernardo Clemente Pinto Sobrinho e para a querida Maria Helena Flores Guinle, neta de Eduardo Guinle e filha de Cesar Guinle.

Maria Helena morou no Chalet do Parque São Clemente desde tenra idade, tendo ali passado a sua infância.

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O empresário Benoni Félix Abido, um dos cinquenta fundadores do Clube, cuja assinatura é a nona na ata da primeira reunião datada de 20 de abril de 1957, estava lá.

Ladeado pela família e abraçado pelos muitos amigos.

Benoni foi homenageado por todos os presidentes presentes e diretores da atual gestão.

Celebrando (11)

Também estiveram presentes o secretário estadual de Cultura, André Lazaroni, e o ex-diretor do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Fernando Bicudo, o vice-prefeito Marcelo Braune e o presidente da Câmara, Alexandre Cruz.

Os historiadores Vanessa Cristina Melnixenco e Luiz Fernando Dutra Folly lançaram o livro “Os Clemente Pinto – sob as asas da águia”, primeiro de uma trilogia sobre a história do parque residência até os dias do Nova Friburgo Country Clube

  • Foto da galeria

    O presidente Roosevelt e sua esposa Ana Maria Concy celebrando o sucesso da festa que celebrou os 60 anos do clube

  • Foto da galeria

    Os historiadores Vanessa Melnixenco e Luiz Fernando Folly que lançaram livro sobre os Clemente Pinto

  • Foto da galeria

    O querido empresário Benoni Felix Abido entre familiares e diretores do clube em noite de homenagem (Fotos:Altair Braga/Taí Produções)

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David Massena

David Massena

David estreou nas colunas sociais ainda na década de 70. É jornalista, cerimonialista, bacharel em Direito, escritor e roteirista. Já foi ator, bailarino, e tantas coisas mais, que se tornou um atento observador e, às vezes, crítico das coisas do mundo.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.