Velozes e Furiosos 8

quinta-feira, 13 de abril de 2017
Foto de capa

“Velozes e Furiosos 8” (The Fate of the Furious) começa em Cuba em clima de lua de mel entre Dominic Toretto ( Vin Diesel ) e Letty (Michelle Rodriguez). Vida tranquila ao lado das belezas de Havana. Passeamos pelos bairros numa corrida de rua improvisada até conhecer a vilã Cipher (Charlize Theron) que, sem perder tempo, chantageia Dominic com algo que parece verdadeiramente horrível. Cipher traz Dom de volta à sua antiga vida de crime, o faz “virar as costas” para sua “família” e roubar armas de destruição em massa.

Os primeiros 10 minutos do filme têm tudo o que você espera do filme: somos guiados pela música pop cubana e o belo dia de sol, porém, infelizmente, algumas mulheres ainda são representadas como objetos sexuais. Bem-vindos à franquia cinematográfica que parece não ter fim! A expansão de seu universo já está garantida até a continuação de número 10. O que começou em 2001 como um filme de arruaceiros de baixa renda se transformou em uma unidade internacional de superespiões, financiados pelo governo ou alguma outra coisa, e ainda, nem sempre são respeitadas as leis da física.

O filme quer ser tão megalomaníaco que se perdeu, virou genérico da sua própria franquia. O diretor F. Gary Gray consegue repetir apenas os erros dos filmes passados e nos apresenta algo tão falso que até mesmo as questões de “família”, a liga fundamental dos anteriores, parece forçado. Esta família tornou-se oficialmente disfuncional. Dominic e Hobbs (Dwayne Johnson) quase nunca aparecem na tela juntos e, quando aparecem, estão em filmes diferentes. Deckard Shaw (Jason Statham) está em uma comédia atrapalhada de ação, Cipher parece que saiu de alguma continuação dos anos 90 e Roman Pearce (Tyrese Gibson) ficou com o papel da fuga cômica sentimental.

O filme é longo... as 2 horas e 16 minutos de duração se tornam 5 horas! Poderia ser apenas um filme para deixar o cérebro em casa, passar o tempo e se divertir. Só que não! “Velozes e Furiosos 8” é tão ambicioso que se perde no seu propósito, alguns efeitos digitais são horrorosos. Pelo menos a memória de Paul Walker foi respeitada: ele é citado apenas duas vezes e sem exploração da sua triste e tão precoce partida.

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