Nem o maior de todos inspirou...

domingo, 24 de maio de 2015

Um passeio pela história do Botafogo em sete dias. Começou no último sábado, no estádio que carrega o nome de Nilton Santos, o maior lateral de todos os tempos do futebol mundial, e terminou no Mané Garrincha, o maior jogador da história deste esporte (e por um simples motivo: Pelé é gênio, artilheiro; Garrincha não se define; apenas se observa, aplaude e sorri - Garrincha fez o povo sorrir em um estádio de futebol!). No meio desse tour, que começou no Rio de Janeiro e terminou em Brasília, uma pequena escala no sul do país. Em Florianópolis, pertinho da cidade do ídolo Paulinho Criciúma, com um empate que teve sabor de vitória para encaminhar a classificação do Botafogo para as oitavas e final da Copa do Brasil.

No peito, na raça, na força da camisa. Esse passeio não deixa dúvidas sobre o gigantismo do Glorioso. Basta olhar para os nomes das arenas por onde desfilou a pesada camisa alvinegra. Algum outro clube possui esse “direito” de ter a sua história eternizada nos mais variados cantos do país? Talvez sim, mas eu não conheço nenhum estádio Arthur Coimbra, Roberto Dinamite ou Renato Gaúcho. Pois é com esse peso, de um dos maiores clubes de futebol de todos os tempos – eleito pela FIFA – que o Botafogo é, de fato, o protagonista da série B nacional. Dentro desse contexto, o técnico Renê Simões aplica a filosofia de que a sua equipe precisa controlar o jogo e o adversário. De acordo, é claro. Mas contra o Atlético-GO, o alvinegro da Estrela Solitária parece ter confundido controle com monotonia. 

Alguns titulares foram poupados, com a justificativa de que era preciso ter pernas frescas depois da maratona de viagens. De fato, dentro da realidade, o Botafogo precisa sempre jogar no limite físico e técnico para apresentar um bom futebol. Em Brasília, em um estádio repleto de botafoguenses, o time de Renê passou longe desse ápice. Gilberto, desde as semifinais do estadual, caiu bastante de produção – e é uma peça importante, tecnicamente um dos melhores do elenco. Na outra lateral, Pedro Rosa mostrou que ainda não está preparado para vestir o número seis, do eterno Nilton Santos. Pesou a camisa. E as ausências de Pimpão e Sassá também. Não que sejam fenômenos, mas representam a dinâmica e movimentação que o trio de meias escalado nessa partida não conseguiu executar. Lulinha e Daniel Carvalho, ainda longe da forma ideal, e Elvis, que é bom jogador mas não possui tal característica, pouco fizeram para transformar a posse de bola do Botafogo em gols. Eles poderiam ter saído, sim, em chutes de longa distância – Elvis, Thomas e Lulinha quase obtiveram sucesso. No entanto, foi pouco. Nem o placo com o nome do Maior de Todos inspirou. Os únicos motivos para que o estádio pudesse explodir de alegria foram as intervenções de Jéfferson, cada uma delas comemoradas como um gol. Ele faz diferença até mesmo quando não toca na bola. As duas saídas de gol, quando esteve cara a cara com o adversário, foram suficientes para que o rival – mesmo passando pelo goleiro – perdesse o ângulo. E como não lembrar o pênalti cometido pelo Renan na semifinal do estadual contra o Fluminense, no Engenhão... Concluam, amigos (com todo o respeito ao “bom Renan”): Jéfferson fez ou não fez falta nas finais contra o Vasco ? Acho que esse lance responde.

Não dá para exigir desse elenco muito mais do que já foi apresentado até aqui. E creio ser o suficiente para recolocar o Botafogo na elite do futebol brasileiro novamente, de onde jamais deveria ter saído. O fato de não ter comemorado um gol nessa terceira rodada não tira a confiança de celebrar o acesso ao final da temporada. Fato que é um time longe das tradições do clube, mas vou usar o Bill como exemplo para definir o que eu penso sobre o Bota 2015. Diria que o nosso camisa nove é um atacante atabolhado, faz mais faltas do que recebe, perde gols incríveis e tem dificuldade até mesmo pra dominar uma bola! Bill, eu te odeio por isso!

Por outro lado... O Botafogo não tem dinheiro para contratações à altura de sua história. O Bill é o meu camisa nove, e eu dependo dele para fazer os gols; os gols que vão recolocar o Botafogo na primeira divisão;  acesso este que é fundamental para a sobrevivência do Botafogo, como disse o presidente; sobrevivência que poderá fazer novamente do alvinegro da Estrela Solitária o Glorioso que sempre foi. Então... Bill, eu te amo! Mas só até o final de 2015, por favor.

Saudações alvinegras, e até a próxima!

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