Condições...

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Amigos alvinegros... Talvez, em toda a minha vida, jamais tenha lido ou ouvido falar tanto essa palavra nas suas mais diversas variações como neste ano: condição. Em quais condições o Botafogo se encontra ? O clube terá condição de se reerguer? Terá Renê Simões condições de fazer um bom trabalho? Esse time possui condições de levar o Glorioso de volta ao seu devido lugar? E os mais recentes: O Botafogo terá condições de se manter com a perda de jogadores importantes? Ricardo Gomes tem condições de voltar a ser técnico de futebol e desenvolver um bom trabalho?

Vamos às definições de condição, segundo o dicionário: Característica, aspecto ou essência que determina algo ou alguém: condição humana, condição financeira; Estado em que algo ou alguém se encontra; Categoria; estado de alguém em relação ao seu status social, acadêmico ou familiar; Aspecto excessivamente importante para que algo aconteça.

Para ter condições de escrever sobre tudo isso e explicar através de palavras, vamos por partes:

1- “Característica, aspecto ou essência que determina algo ou alguém”: Eis o desafio de Ricardo Gomes. Descaracterizado por um trabalho incapaz de dar padrão de jogo à equipe, o Botafogo precisa ser arrumado para criar uma identidade. Por incrível que pareça, o time foi mais organizado nos dois jogos sob comando de Jair Ventura. Uma vitória e um empate, demonstrando o mínimo de competência na marcação e vontade. Mas esse time ainda não possui uma “essência” que determine algo capaz de satisfazer o apaixonado torcedor alvinegro.

2- Condição humana; condição financeira: Em ambos os aspectos, a limitação é evidente e proporcional. A condição financeira limitada tem como consequência um time limitado. O material humano para o novo treinador alvinegro trabalhar não possibilita a formação de uma equipe que dê espetáculo. Mas é suficiente para voltar à primeira divisão, e com sobras, arriscaria dizer. Os pontos que o Botafogo já desperdiçou lhe dariam hoje uma condição confortável na tabela. 

3- Estado em que algo ou alguém se encontra: Hoje, o Botafogo é um clube em reconstrução. E Ricardo Gomes um profissional que busca o recomeço na carreira. Quando sofreu o AVC, o treinador era tido como um dos melhores do país, pelo currículo e pelo trabalho que desenvolvia no Vasco. A história do Botafogo, claro, dispensa comentários. Quem pensa com a cabeça – de fato – e não se apega às mentiras que parte da imprensa tenta vender diariamente sabe que se trata de um dos Gigantes do futebol mundial. Por que não recomeçar juntos? Todo o Botafogo de 2015, na verdade, é uma aposta. Desde as promessas da base (Luis Henrique, Octávio, Sassá, Dierson...), aos desconhecidos – Renan Fonseca, Elvis... – e aqueles que buscam se firmar na carreira – Arão, Lulinha, Luis Ricardo e até Pimpão, que deixou o clube, são exemplos. A exceção é Jéfferson. 

4- Categoria; estado de alguém em relação ao seu status social, acadêmico ou familiar: Ainda nessa linha de raciocínio, o “status social” do Botafogo é de Gigante. Às vezes, o torcedor ainda sente que o time precisa entender isso de forma mais clara e se impor. Não dá para ser tão covarde – embora competente na marcação – como foi contra o Bahia. Com todo o respeito ao clube: quem é Bahia perto do Botafogo? Digo, escrevo e repito: parâmetro para o Glorioso são os que, junto a ele, integram o ranking dos 12 maiores clubes de todos os tempos da FIFA. O restante é apenas adversário, comum, que precisa sentir essa força.

5- Aspecto excessivamente importante para que algo aconteça: Na verdade, são alguns aspectos importantes. A imposição dentro de campo, o padrão de jogo, o entendimento e o apoio da torcida neste momento complicado que vive o Botafogo, a entrega dos jogadores e um projeto ousado – porém com pés no chão – da nova diretoria. O que cobraremos até o final deste ano é apenas o retorno à elite. O ano de 2016 não deverá ser fácil também, mas essa Estrela Solitária costuma brilhar, renascer das cinzas quando está em dificuldade. Não dá para ficar 18 anos sem jogar a Libertadores, tampouco tanto tempo sem títulos nacionais. O torcedor do Botafogo ama incondicionalmente, e o clube jamais precisou de troféus para ser considerado Gigante. Mas as conquistas são importantes para a sobrevivência, melhoria da saúde financeira e expansão dessa paixão.

Desta forma, entre condições e limitações, ainda lideramos o Brasileiro da série B. O momento de instabilidade e crise parece ter passado. Temos novo comandante, reforços e agora dois jogos consecutivos em casa para embalar. E convenhamos: a primeira divisão sente falta do Botafogo. Muito estranho o campeonato sem o Glorioso. Falta algo. Uma noite de céu nublado e escuro jamais será tão bela quanto a estrelada. E, no futebol mundial, existe apenas uma Estrela capaz de iluminar toda essa escuridão: a Solitária!

Saudações alvinegras, e até a próxima!

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