Sorvetes e a economia

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Dívidas em atraso 
Quase a metade (46%) dos inadimplentes não tem condições de pagar as dívidas em atraso nos próximos três meses, segundo o Perfil do Inadimplente Brasileiro, divulgado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). A perda do emprego é a principal razão para deixar de pagar as contas atrasadas, indicada por 28,2% dos consumidores. Em seguida, vem a diminuição da renda, apontada como motivo do não pagamento por 14,8%, e a falta de controle financeiro, para 9,6%. A maioria dos devedores deixou de pagar parcelas de empréstimos bancários ou com financeiras (89,6%), prestações de cartões de loja (83,6%), dívidas contraídas no cartão de crédito (74,9%) e contas no crediário (68,7%). O valor médio das dívidas é de R$ 3,5 mil.

Cartel do gás     
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligada ao Ministério da Justiça, anunciou a instauração de processo administrativo para apurar supostas práticas de cartel nos mercados de distribuição e revenda de gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, no nordeste. De acordo com o Cade, há evidências de que os acusados se organizaram para limitar a concorrência por meio da fixação de preços e divisão dos mercados de distribuição e de revenda. Em caso de condenação, as empresas podem pagar multas que variam de 0,1% a 20% de seus faturamentos e as pessoas físicas de 1% a 20% do valor aplicado à pessoa jurídica. 

Cheques sem fundos 
Em julho, a inadimplência com cheques alcançou o menor percentual do ano. É o que revela o Indicador Serasa Experian de Cheques sem Fundos. Em todo o país, a porcentagem de devolução de cheques por insuficiência de fundos somou 2,26% em julho, com 1.042.209 cheques devolvidos e 46.134.886  compensados. No mês anterior, 1.142.456 cheques foram devolvidos (2,36% de devoluções) e, em julho do ano passado, houve 1.295.541 (2,29%) de devoluções). Para a Serasa Experian, apesar desse ter sido o menor patamar de inadimplência, ainda representou o segundo pior mês de julho desde 1991.

Clubes de assinantes 
Nos últimos três anos, cresceu no Brasil uma tendência americana: os clubes de assinaturas. Pelo menos 300 empresas atuam nesse ramo no país e faturam R$ 400 milhões por ano, segundo a Associação Brasileira de Clubes de Assinatura. De temperos a fraldas, tudo pode ser entregue em casa mediante pagamento mensal e um pedido via internet. Hoje no Brasil, há pelo menos 400 mil consumidores que recebem produtos de clubes de assinatura, estima a associação do setor. 

Consumidor com novos hábitos
Uma análise do Ibope DTM, em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revela que o brasileiro está comprando itens mais baratos, o que deixa sua conta menor, mas tem ido mais vezes ao mercado. Na comparação de 2015 com 2014, o valor médio gasto com produtos de mercado caiu 4,8% e a média de itens comprados diminuiu 0,7%. Mas, por outro lado, a média de visitas ao local cresceu 2,1% nesse período. Esse movimento ocorre porque os consumidores diminuíram a quantidade de refeições fora do lar e aumentaram o consumo em casa, o que elevou a compra, sobretudo, de frutas, legumes e verduras (12,3% em itens e 2,9% em valor), categoria responsável pela maior frequência ao mercado (6,3% em média de visitas).

Sorvetes e a economia
O sabor escolhido do sorvete pode ter relação direta com o bolso. É o que aponta uma pesquisa recente realizada pela Kantar Worldpanel, que mostra que a preferência por alguns sabores varia de acordo com as classes sociais. É o caso da sobremesa feita à base de frutas. Entre os consumidores com maior poder aquisitivo, das classes A e B1, o sorvete de limão é o campeão de preferência, seguido do crocante e coco. Esse índice de preferência é medido através da relação de compradores de um determinado sabor comparado ao restante das classes sociais. O comportamento pode estar relacionado ao hábito de prestar mais atenção aos valores nutricionais.

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Os integrantes da classe B2 também seguem a mesma linha. O sabor morango tem a maior penetração (7,6%) entre os sabores de frutas. Para a classe C1,maracujá é o sabor que se destaca. Já o de abacaxi também tem destaque em penetração (5%). Nas classes com menor poder aquisitivo, as opções mais doces têm mais espaço. Na classe C2, por exemplo, os sabores de sorvete em destaque são os de doce de leite e bombom. Já nas D e E, os eleitos são pavê, torta alemã, brigadeiro e pudim.

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