Somente o necessário

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Somente o necessário

O medo do desemprego — que já atinge 13 milhões de pessoas no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem impacto direto no comércio varejista, que registrou no mês de fevereiro queda de 3,2% no volume de vendas. É a 23ª taxa negativa consecutiva quando comparada a igual período do ano anterior.  

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“As pessoas estão restringindo os gastos, inclusive com alimentação”, apontam os consultores de varejo. A afirmativa é embasada pela pesquisa divulgada pelo IBGE: apenas nos dois primeiros meses deste ano, o comércio varejista acumula uma redução de 2,2% nas vendas e queda de 5,4% na taxa acumulada nos últimos 12 meses. Ainda segundo o levantamento, os setores de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram queda de 0,5%. Na avaliação dos especialistas, a retração neste segmento sinaliza que as pessoas estão priorizando compras menores. “O consumidor tem optado por comprar em lojas de redondeza somente para repor o que faltou na dispensa”, avaliam. 

Páscoa no azul

O volume de vendas a prazo na semana anterior a Páscoa cresceu 0,93% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Trata-se da primeira alta depois de dois anos seguidos de queda nas vendas do comércio durante a Páscoa. Em 2015, houve uma queda de 4,93%, e em 2016 um tombo de 16,81%, segundo os dados da pesquisa.  "Desde o Dia das Mães de 2014, comerciantes não tinham vendas no azul. Ainda assim, resultado é modesto e insuficiente para o varejo retornar à fase anterior da crise econômica", destacou a CNDL.

Juros podem cair mais

A evolução da conjuntura econômica brasileira já permite uma maior intensificação no corte de juros. A afirmação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem pelo Banco Central. Na semana passada, o juro foi cortado em 1 ponto percentual, caindo para 11,25% ao ano. Segundo a ata, o cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus supõe, entre outras, taxas de câmbio de R$ 3,23 e R$ 3,37 ao final de 2017 e 2018, respectivamente, e taxas de juros de 8,5% ao ano ao final dos dois anos.

Crescimento mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou em alta pela primeira vez em dois anos sua previsão de crescimento mundial e alertou para o risco de uma "guerra comercial" alimentada pelas pressões protecionistas dos Estados Unidos e Europa. Depois de avançar 3,1% em 2016, a economia mundial deverá crescer 3,5% em 2017, marcando uma leve melhora de 0,1 ponto em comparação com a previsão anterior de janeiro, afirmou o FMI em seu informe semestral.

América Latina em baixa

O Fundo Monetário Internacional também revisou em baixa a sua previsão de crescimento na América Latina e Caribe em 2017, ante uma recuperação menos vigorosa do que a esperada em razão das incertezas persistentes e a estagnação das matérias-primas. Em seu último Panorama Econômico Mundial, o FMI reduziu sua expectativa para a região em 0,1 ponto percentual, a 1,1%, em relação à previsão de janeiro deste ano. Para 2018, o FMI prevê um crescimento de 2%, também com redução de 0,1 ponto percentual sobre janeiro. De acordo com o documento, as economias latino-americanas vão experimentar uma "recuperação mais fraca do que a esperada" e encaram 2017 expostas a riscos que minam sua capacidade de crescimento.

Brasil: expansão marítima

O FMI projetou que o Brasil terá uma mínima expansão econômica de 0,2% em 2017 e crescerá 1,7% no ano seguinte, enquanto o país ainda luta para superar a pior recessão de sua história. A estimativa para 2017 foi mantida sem alteração em relação a janeiro, enquanto que a 2018, que era de 1,5%, foi um pouco melhor. Em março, o governo reduziu em 0,5% sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de 1% anterior, mas subiu sua estimativa para 2018: 2,5%.

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