Radar — 10/10/2015

sexta-feira, 09 de outubro de 2015

Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) revela que o Dia das Crianças pode acabar pesando no bolso dos pais, porque a parte de serviços, que envolve almoço ou lanche fora de casa e entretenimento, como cinema, teatro e shows, subiu mais que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) nos 12 meses compreendidos entre outubro de 2014 e setembro deste ano. O grupo “gastos com lazer” teve aumento real, isto é, acima da inflação, de 10,14%, superando o IPC de 9,65% no período, informou o economista da FGV, André Braz. Ele diz que os pais vão ter que usar mais a criatividade para não privar muito os filhos de ter um dia agradável no Dia da Criança, que se comemora em 12 de outubro. Dentro do grupo gastos com lazer, Braz salientou os aumentos registrados para salas de espetáculo (19,46%), sanduíches (12,20%) e sorvetes fora de casa (11,67%). Em relação a presentes, a variação média dos preços apresentou alta de 4,68%. Destaque para o crescimento de 8,38% nos preços das bonecas e para a queda de 0,86% nos preços de aparelhos de televisão. 

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Os resultados negativos nas contas públicas continuarão a se repetir, estimou o Fundo Monetário Internacional (FMI). No relatório Monitor Fiscal, divulgado hoje na abertura da reunião do órgão em Lima, no Peru, quinta feira, o FMI prevê que somente a partir de 2017 o país voltará a registrar superávit primário – economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. De acordo com o FMI, depois de obter déficit primário de 0,6% do PIB no ano passado, o Brasil encerrará o ano com déficit de 0,4%. O resultado fiscal vai piorar em 2016, com déficit de 0,9%, e só voltará a ficar positivo em 2017, com superávit de 0,8%. Pelas estimativas do fundo, o superávit subirá para 2% do PIB em 2018 e alcançará 2,5% em 2019 e 2020.

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O Brasil está mais preparado para enfrentar choques externos do que há 15 anos, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em debate com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o governador do Banco da Inglaterra, Mark Carney, Levy afirmou que o país aproveitou o período de bonança econômica para melhorar a estrutura econômica e social e ampliar as reservas internacionais. Segundo o ministro, a tendência foi seguida pela maioria dos países latino-americanos, que não sofreram problemas como bolhas (valorização artificial) de ativos, como ocorreu com o crédito imobiliário nos Estados Unidos. “Temos agora, por exemplo, reservas internacionais que não tínhamos antes. Então, acho que esses países (da América Latina) estão recebendo os choques e digerindo”, disse Levy.

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou mais uma vez para baixo as estimativas para o crescimento da economia e da indústria deste ano. Com o aprofundamento da recessão, a previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) caia 2,9% em 2015, o pior resultado desde 1990. A indústria é o setor mais afetado pela deterioração da economia. O PIB industrial fechará o ano com queda de 6,1%. Será a segunda redução anual consecutiva do PIB industrial, que encolheu 1,2% em 2014. O setor de serviço terá uma retração de 2% e a agropecuária crescerá 2,4%. As novas previsões estão no Informe Conjuntural do terceiro trimestre. "O ambiente de instabilidade se completa com inflação anual próxima de 10% e grande volatilidade nos mercados de câmbio e juros", diz o Informe. 

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O governo chinês anunciou que vai criar pontos de carregamento para 5 milhões de automóveis elétricos até 2020. Uma nova determinação divulgada pelo Conselho de Estado estabelece que, para acelerar a construção das estações de carregamento, vai promover a entrada de capital privado, incluindo a emissão de títulos ou a participação em fundos de pensões. Entre janeiro e agosto, as vendas de carros elétricos e híbridos na China aumentaram 270% em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a 108.654 unidades, segundo números da Associação de Fabricantes de Automóveis da China. Ao mesmo tempo, as vendas totais de automóveis nos primeiros oito meses do ano caíram 0,24%, totalizando 15,01 milhões de unidades.

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