O primeiro trilhão

domingo, 18 de junho de 2017

O primeiro trilhão

A marca de R$ 1 trilhão no painel do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) foi registrada às 8h de ontem. O valor equivale ao total de impostos, taxas e contribuições pagos pela população brasileira desde o dia 1º de janeiro de 2017. Em 2016, o montante de R$ 1 trilhão foi alcançado em 5 de julho. O presidente da entidade, Alencar Burti, explica que a arrecadação aumenta quando há crescimento econômico e elevação de impostos. “Já que nossa economia não está crescendo, essa diferença de 19 dias reflete aumentos e correções feitos em impostos e isenções, além da obtenção de receitas extraordinárias como o Refis. Reflete também a inflação, que, apesar de ter caído, segue em patamar alto”, analisa. Para Burti, “no segundo semestre, espera-se elevação da arrecadação em função da melhora da atividade econômica”.

Economia melhora

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) dessazonalizado, divulgado esta semana, registrou alta de 0,28% em abril, na comparação com o mês de março. A alta mostra uma retomada da atividade econômica no segundo trimestre, já que em março o índice havia apresentado queda de 0,44% em relação a fevereiro. Na comparação entre abril deste ano e o mesmo período de 2016, a alta foi de 0,51%. De acordo com o Banco Central, no acumulado em 12 meses até abril, o IBC-Br dessazonalizado registrou contração de 2,66%.

O país ficará melhor após a Operação Lava Jato, no que se refere ao combate à corrupção. A opinião é do ministro interino da Transparência e Controladoria-Geral da União, Wagner de Campos Rosário, em seminário sobre o combate a corrupção no Brasil, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Rio de Janeiro.

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“Eu acho que o Brasil vai sair melhor. Porque todos os países que melhoraram ou mudaram uma rotina de combate à corrupção passaram por um momento crítico. A Lava Jato é um momento crítico em que o problema da corrupção está sendo exposto, não só por meio da investigação, mas na fala dos próprios envolvidos. Hoje nós estamos com a realidade escancarada, não existe mais desculpa para dizer 'eu não enxergo, eu não entendo'. Essas informações vão modificar a vida dos brasileiros”, disse o ministro.

Netflix aumenta

A Netflix aumentou o preço dos pacotes oferecidos aos assinantes do Brasil. O plano padrão, que oferece até duas telas de visualização simultânea e vídeos em HD, passa de R$ 22,90 para R$ 27,90. Já o plano premium sobe de R$ 29,90 para R$ 37,90 – esse pacote libera o acesso de até quatro telas de visualização simultânea. O plano básico não será reajustado, continua custando R$ 19,90 por mês. Esse pacote libera apenas uma tela de visualização. A Netflix lembra que o último aumento de preços no Brasil aconteceu há dois anos, em junho de 2015.

Verba política

O governo do presidente Michel Temer liberou quase 1 bilhão de reais em emendas parlamentares, a maior parte para a sua base aliada no Congresso. O repasse desse volume de recursos a deputados e senadores já estava previsto, mas a sua liberação coincidiu com o agravamento da crise política. Para arregimentar apoio à reforma da Previdência, projeto considerado crucial pelo Planalto, a Secretaria de Governo da Presidência, responsável pela articulação com o Congresso, já tinha pedido a antecipação do pagamento de 1,8 bilhão de reais em emendas parlamentares para conseguir reverter o placar desfavorável ao projeto na Câmara. A previsão era de desembolso de 1 bilhão de reais em abril e 800 milhões de reais em maio.

Conjuntura negativa

Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) identificou que 48% dos brasileiros avaliam a atual conjuntura econômica como negativa. Os dados, que foram coletados para compor o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC), apontaram ainda que os escândalos de corrupção, mais frequentes, e o mau uso do dinheiro são os responsáveis por essa percepção.  

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Dos entrevistados, 82% disseram que a economia não está em boas condições atualmente, contra apenas 2% que veem a situação como positiva. Outros 15% acreditam que a situação é regular quando questionados sobre a economia do País. Além dos desvios de dinheiro público e os casos de corrupção recentemente divulgados, outros fatores têm impactado no humor desses brasileiros, como desemprego  para 27% dos respondentes, aumento dos preços com 13% e juros elevados com 5%.

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