Impressões — 04/07/2015

domingo, 05 de julho de 2015

Fábula

Felicidade – Divindade alegórica a qual se construiu um templo em Roma. Representava-se na figura de rainha assentada em seu trono, com um caduceu em uma mão e na outra o corno da abundância. Também se representava em pé, e em lugar do corno, uma lança.

Cupido, ou o Amor — Filho de Marte e de Vênus. Representava-se na figura de um menino sempre nu, algumas vezes com uma venda sobre os olhos, arco e aljava cheia de setas ardentes. Os gregos lhe chamavam Eros. Os risos, os jogos dos prazeres e os atrativos eram semelhantemente representados como ele debaixo da figura de meninos com asas.

(Dicionário da Fábula – traduzido por Chompré – com argumentos tirados da história poética – Ed.Garnier – Paris)

Linha do tempo

“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”

Immanuel Kant

“A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.”

Sêneca

O poder do milênio

Com um misto de surpresa e decepção a sociedade brasileira tomou conhecimento das notas de redação do Enem de 2014, quando 6,2 milhões de jovens se inscreveram para buscar uma classificação junto ao sistema universitário no país. A decepção ficou por conta do grande número de estudantes que tiraram nota zero na prova de redação — 529 mil —, enquanto os que tiveram a nota máxima foram apenas 250. A “pátria educadora” mostrou que não educa tão bem assim os seus filhos.

Os números apenas confirmam a deficiência do ensino no país e que os slogans da propaganda oficial não são suficientes para nos tirar da incômoda posição de um país que até agora não assimilou a política educacional como fator de desenvolvimento, prosperidade e qualidade de vida da população. No quesito ensino estamos no fim da fila.

Muitas nações que se dedicaram a educar os seus cidadãos tiveram os resultados recompensados. Países nórdicos, os “tigres” asiáticos e Estados Unidos são apenas alguns que lideram a lista de melhores educadores, servindo de modelo para os países que buscam atingir a qualificação da educação. Tais métodos escolares ultrapassam fronteiras e revelam que podem ser implementados com resultados satisfatórios em qualquer latitude. Como ilustração, vamos conhecer algumas escolas e métodos que estão revolucionando o ensino em todo o planeta.

Vittra

Em Estocolmo, Suécia, foi construída uma escola que representa o paradigma mais avançado do ensino. Poder-se-á mesmo dizer que é o futuro hoje. Respondendo ao modelo da livre organização escolar promovido pela empresa educativa Vittra, que possui neste momento 30 escolas naquele país nórdico, além de outras na Noruega, Dinamarca, Letônia e Estônia, é um espaço aberto com focos diferenciados que permite às crianças aprenderem lado a lado, de acordo com as suas necessidades, interesses e termos, usando computadores e outros equipamentos.

Sem as turmas clássicas tradicionais, a escola tem também espaços fechados, como um salão de baile e um laboratório multimídia, que as crianças utilizam em atividades mais ruidosas, de forma a não perturbar aqueles que trabalham no grande espaço aberto. Existem zonas de colaboração, casas dentro de casas e outros recursos que são destinados a promover a curiosidade e a criatividade. Uma verdadeira escola de sonho.

Montessori

O Método Montessori é um modelo educacional desenvolvido pela médica e educadora Maria Montessori. É caracterizado por uma ênfase na independência, liberdade com limites e respeito pelo desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas da criança. De acordo com sua criadora, o ponto mais importante do método é, não tanto seu material ou sua prática, mas a possibilidade criada pela utilização dele de se libertar a verdadeira natureza do indivíduo, para que esta possa ser observada, compreendida, e para que a educação se desenvolva com base na evolução da criança, e não o contrário. A Association Montessori Internationale (AMI) cita os seguintes elementos como essenciais a uma escola montessoriana:

Sala de aula com crianças de idade variadas entre 3 e 6 anos de idade; liberdade para o aluno escolher entre as atividades propostas; blocos ininterruptos de trabalho, normalmente 3 horas; um modelo construtivista, onde as crianças aprendem trabalhando com materiais em vez de instruções diretas; materiais educacionais especializados, desenvolvidos pela Montessori e seus colaboradores; liberdade para movimentar-se dentro da sala de aula; um professor treinado no Método Montessori.

Waldorf

A pedagogia Waldorf é um método pedagógico baseado na antroposofia. Criada por Rudolf Steiner em 1919, em Estugarda, na Alemanha, tem, como base, o conceito de que o desenvolvimento de cada ser humano é diferente. Fundamentalmente, esta pedagogia tem como objetivo desenvolver a personalidade de forma equilibrada e integrada, estimulando na criança e no jovem o florescimento da clareza do raciocínio, equilíbrio emocional e iniciativa de ação.

Para atingir a formação do ser humano, ela pretende atuar no desenvolvimento físico, anímico e espiritual do aluno, incentivando o querer (agir) por meio da atividade corpórea das crianças em quase todas as aulas. O sentir é estimulado na constante abordagem artística e nas atividades artesanais específicas para cada idade. O pensar é cultivado paulatinamente, desde a imaginação incentivada por meio de contos, lendas e mitos — no início da escolaridade —, até o pensar abstrato rigorosamente científico do ensino médio (colegial).

Summerhill

Summerhill é uma escola que se localiza em Leiston, no condado de Suffolk, na Inglaterra. Fundada em 1921 pelo educador Alexander Sutherland Neill, é uma das pioneiras dentro do movimento das chamadas “escolas democráticas”. Esta tornou-se ícone das pedagogias alternativas ao concretizar um sistema educativo em que o importante é a criança ter liberdade para escolher e decidir o que aprender e, com base nisso, desenvolver-se no próprio ritmo.

De acordo com Neill, a educação deveria trabalhar basicamente com a dimensão emocional do aluno, para que a sensibilidade ultrapassasse sempre a racionalidade. Summerhill destaca-se por defender que as crianças aprendem melhor se livres dos instrumentos de coerção e repressão utilizados pela grande maioria das escolas. Nela todas as aulas são opcionais, os alunos podem escolher as que desejam frequentar e as que não desejam.

Escola Primária José Urbina López, México

Um colégio muito carente no México, onde um professor empreendedor ajudou seus alunos a ficarem entre os melhores do país, utilizando métodos em que os estudantes “dirigem” suas atividades. Parecida com o método Vittra, os alunos ficam soltos para focar nos assuntos que mais estivessem à vontade para conversar. Com o acesso da internet ao mundo de informações infinitas mudou toda a forma como nos comunicamos, pensamos e processamos as informações.

Na escola do México, foi decidida através de pesquisas que o conhecimento não pode ser uma mercadoria transferida do professor para o aluno. Mas sim, da exploração movida pela curiosidade dos estudantes. Com ótimos resultados, com os pequenos de 12 anos a escola passou a ser considerada uma das melhores do mundo.

Colégio Logosófico

A logosofia é uma ciência criada há 80 anos pelo educador e humanista argentino Carlos Bernardo González Pecotche, e inspirou a fundação da Escola Primária Logosófica de Montevideu em 1963. De lá para cá somam-se mais treze unidades educacionais no Brasil, Uruguai e Argentina.

A proposta surgiu como reação à rotina dos conhecimentos e sistemas usados para a educação e a formação do ser humano. O objetivo do ensino é estimular os alunos para que sejam pessoas cada vez melhores e mais conscientes de seus atos, palavras e sentimentos. As escolas com pedagogia logosófica não estimulam competição entre alunos, trabalham a superação das dificuldades com motivação e respeitam as individualidades e limitações de cada um.

No Brasil

Muitos pais fazem uma verdadeira procissão procurando a melhor escola para matricular seu filho no início do ano. Vários deles querem encontrar a escola perfeita, e boas avaliações em exames nacionais e aprovações de muitos alunos em determinadas faculdades costumam ser índices que agradam nesse momento de escolha. Espaço físico e o uso de novas tecnologias e inovações pedagógicas para poder extrair o máximo dos alunos também contam muito.

Segundo o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a região sudeste concentra 77 escolas entre as 100 melhores para se estudar. Destas, 28 ficam no Estado de São Paulo, 23 no Rio de Janeiro e 22 em Minas Gerais. O Nordeste fica em segundo lugar no ranking, com 17 escolas entre as 100 melhores na avaliação. Em seguida, aparecem as regiões Centro-Oeste, com três escolas, Sul, com duas, e Norte com uma.

Fontes: Fundação Cecierj, PorVir, Colégio Logosófico e Wikipedia. 

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