Firjan vê recessão

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Firjan vê recessão

O Sistema Firjan anunciou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano não surpreendeu, já que, segundo a entidade, a economia brasileira passa pela “mais profunda e longa recessão de sua história”. A Firjan diz que a queda na taxa básica de juros, a Selic, depende de “um maior alinhamento entre as políticas monetária e fiscal” para que a inflação se mantenha dentro da meta e o crescimento da economia seja retomado. Em nota, a entidade disse ainda que defende “um plano fiscal de longo prazo que sirva como âncora para as expectativas dos agentes e trabalhe em conjunto com a política monetária”.

Empresas em atraso

Aumentou o número de empresas com contas em atraso no Brasil nos últimos 12 meses. A constatação é de pesquisa divulgada quarta-feira, 27, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. O estudo abrangeu apenas as regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte, pois na região Sudeste, o estado de São Paulo tem legislação que inibe a negativação das empresas. Nessas quatro regiões o número de empresas que deixou de cumprir compromissos financeiros, na base de dados do SPC, aumentou 11,08%, em março deste ano, comparado a março de 2015. A região onde houve maior crescimento na inadimplência de empresas foi a Nordeste, com avanço de 16,64%, seguida pela Centro-Oeste, com 15,66% a mais, a Norte, 12,11%, e a Sul, 11,42%.

Loja da Natura

Um plano acalentado pela Natura há cerca de quatro anos se concretiza nesta semana. A primeira loja física da empresa - que sempre foi referência em vendas diretas – foi inaugurada na quarta-feira, 27, em São Paulo. Trata-se do primeiro passo de um projeto que deverá ser replicado em centenas de lojas no futuro e que poderá incluir a venda de franquias. A Natura - que tinha mais que o dobro do mercado, na comparação com O Boticário, em 2010 -, hoje se vê em uma situação de empate com a concorrente. Entre 2010 e 2015, a fatia de mercado da marca curitibana saltou de 6,9% para 10,9%, enquanto a da Natura caiu de 14,9% para 11,1%, aponta a consultoria Euromonitor.

Juros disparam

A taxa de juros do cheque especial chegou ao recorde de 300,8% ao ano, em março, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados . A série histórica do BC tem início em julho de 1994. De fevereiro para março, a taxa subiu 6,9 pontos percentuais. Também é recorde a taxa média do rotativo do cartão de crédito (449,1% ao ano), em março, com alta de 5,2 pontos percentuais em relação a fevereiro. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. A série histórica do rotativo do cartão de crédito tem início em março de 2011.

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A taxa de juros das compras parceladas no cartão de crédito ficou em 145,5% ao ano, em março, com redução de 0,6 ponto percentual em relação a fevereiro. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) atingiu 29,9% ao ano, com aumento de 0,4 ponto percentual na comparação com fevereiro. A taxa do crédito pessoal chegou a 126,1% ao ano, com alta de 3,3 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Alta nos preços

 O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou este mês alta de 10,63% no acumulado dos últimos 12 meses. Porém, em relação a março, quando houve aumento de 0,51%, o índice de inflação, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), perdeu força, ficando em 0,33%. No acumulado de 2016, a alta é de 3,30%. O índice é usado no reajuste dos contratos de aluguel.

Força critica Selic

A Força Sindical considerou a manutenção da taxa Selic em 14,25% uma decisão “extremamente perversa para com os trabalhadores”. Segundo a entidade, ao manter a taxa básica de juros, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) continua colocando uma trava no desenvolvimento e no crescimento econômico do país. “A decisão é um verdadeiro balde de água fria na economia, que já está paralisada. Mais uma vez, o governo se curva e reverencia a especulação”. A entidade disse que a decisão do Copom não contempla sua reivindicação, que é reduzir os juros. “A insistência do Copom de manter os juros altos produziu um 'pibinho' no ano passado, reduziu a produção, a demanda e a renda, além de ter contribuído muito para elevar a taxa de desemprego, que chegou a 10,2%. Todo este quadro mostra que quem paga a conta da crise é o trabalhador”, disse, em nota, a entidade.

Desconfiança aumenta

O Índice de Confiança do Comércio, da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 0,5 ponto entre março e este mês e chegou a 66,6 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos. A queda foi provocada pela menor confiança dos empresários do comércio no momento atual. O Índice da Situação Atual, que avalia a opinião dos empresários em relação ao presente, caiu 2,5 pontos e chegou a 59,8 pontos, o valor mínimo da série histórica iniciada em 2007. A satisfação dos entrevistados com seus negócios recuou 6,6 pontos. Já o grau de confiança em relação ao futuro, medido pelo Índice de Expectativas, subiu 1,5 ponto em abril, atingindo 74,8 pontos. O crescimento foi provocado pelo otimismo em relação à situação dos negócios nos próximos seis meses, que subiu 2,9 pontos.

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