Vambora, Ademário

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Sonho com o dia em que a frase que dá título a esta crônica seja levada a sério por quem a  pronuncia. "Vambora" tem que ser "vambora" mesmo. Em definitivo. E pra sempre.

Desde que o governador em exercício Francisco Dornelles tentou fugir do seu cargo com esta frase que viralizou nas redes sociais, a população começou a entender que esta foi a única coisa sensata que ele disse em todo o seu (des)governo.

Mas não pra sair com o carro sorrateiramente, disfarçadamente, porque deve (e como deve) respostas e posturas decentes ao cidadão fluminense.

Não é pra fugir das perguntas dos jornalistas, que queriam saber coisas absolutamente necessárias: "qual o destino dos R$ 2,9 bilhões que o governo federal vai mandar?", "Os servidores serão, pagos?", "A olimpíada terá segurança?", "Os turistas e os brasileiros poderão assistir à olimpíada tranquilos?" "Por que o governo concedeu tantos bilhões em isenção se agora não tem dinheiro nem para a saúde?", "Por que o senhor contratou mais 153 comissionados se o estado está em crise?"

"Vambora, Ademário" é a única resposta possível para um governo perdido, desorientado, despreparado, desonesto e absolutamente despreocupado em relação ao cidadão.

"Vambora, Ademário" é o retrato de um governo que foge, não só de perguntas, mas de responsabilidades. Um governo que sacrificou, rifou e leiloou a honra da sua própria população, em prol de interesses mesquinhos, eleitoreiros, financeiros, e empreiteiros, enriquecendo alguns em detrimento da miséria de todos.

"Vambora, Ademário" é o símbolo da vergonha, que falta aos governantes deste estado, que não se acanham de se esconder (Cadê Cabral, pai desta desgraceira toda e chefe deste grupo?), nem se enrubescem por negar resposta e caráter quando mais precisamos deles.

"Vambora, Ademário" é, acima de tudo, a assinatura de um grupo de políticos de péssimo nível, que, em vez de estarem presos pelas falcatruas de décadas, estão por aí, fugindo em carros caros pagos com os nossos impostos, que circulam com combustíveis caros, pagos com os nossos impostos e dando ordens de fuga a motoristas caros, pagos com os nossos impostos.

"Vambora, Ademário". Assim se resume um governo covarde. Sem escrúpulos. Sem explicações. Achando que não tem obrigações com quem lhe paga.

Vambora, Ademário"... vai mesmo, Ademário... leve pra bem longe... pra longe do palácio, longe do governo, longe do povo (longe do povo sempre esteve)... e principalmente pra longe dos cofres do estado. Leve junto Cabral, Pezão, Paes, Picciani... e quem mais fizer parte deste grupo que está se especializando em depredar o estado.

A população agradece. 

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Alzimar Andrade

Alzimar Andrade

Alzimar Andrade é Analista Judiciário do Tribunal de Justiça, Diretor Geral do Sind-Justiça e escreve todas as quintas-feiras sobre tudo aquilo que envolve a justiça e a injustiça, nos tribunais e na vida...

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