A Voz do Rio - 06/07/2015

segunda-feira, 06 de julho de 2015

Sim para o Patrimônio cultural imaterial I

A famosa Casa Rosa, na Rua Alice, em Laranjeiras, foi tombada pelo governador Luiz Fernando Pezão e se tornou o mais recente patrimônio cultural imaterial do estado. As histórias da época em que o imóvel era um prostíbulo, frequentado por políticos e artistas, foi uma das justificativas para o tombamento. A construção viveu seu auge nos anos 50, quando era frequentada por senadores e deputados. Depois dessa, o que não falta agora é prostíbulo querendo se tornar, também, patrimônio imaterial da cidade.

Não para o Patrimônio cultural imaterial II

O prefeito Eduardo Paes deve vetar o projeto de lei que transforma o sotaque carioca em patrimônio imaterial da cidade. Isso porque o projeto foi proposto pelo ex-prefeito César Maia. Apesar de ter sido seu padrinho político nos anos 90, Maia se tornou um dos principais desafetos de Paes após as eleições de 2008, quando assumiu a prefeitura.

Racismo social

O Ministério Público do Rio, por meio da Coordenadoria de Direitos Humanos, solicitou à Promotoria de Investigação Penal, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, uma investigação rigorosa diante das inúmeras ofensas racistas publicadas nas redes sociais contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, do Jornal Nacional. A expectativa é que, em breve, os autores das mensagens racistas sejam apresentados à imprensa e punidos.

Racismo institucional

Pegou mal para a Polícia Militar, para variar, um episódio envolvendo a atriz global Letícia Sabatella e três adolescentes da Rocinha. A artista foi abordada pelo trio para fazer uma foto quando andava de bicicleta, na Gávea. Após uma conversa descontraída sobre o interesse dos jovens pelo teatro, Letícia seguiu em frente. Mas, ao retornar, se deparou com os jovens sendo levados do bairro pela polícia por serem moradores da Rocinha e não estarem portando documentos de identidade. A atriz intercedeu pelos meninos, mas precisou assinar um termo de compromisso se responsabilizando pela liberação dos garotos. Depois que o caso ganhou repercussão nas redes sociais, a PM emitiu uma nota, também para variar, afirmando que o procedimento dos agentes foi inadequado.

Inocentes mortos pelo Bope

O governador Pezão disse que o estado pagará pelos seus atos, caso tenha sido um erro de policiais militares a morte do entregador de livros e pizzas Rafael Camilo Neris, de 23 anos, no Morro da Coroa, durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em Santa Teresa. Há três semanas o governador já havia comunicado que o estado havia depositado a indenização para a família do menino Eduardo, também morto pelo Bope aos 10 anos com um tiro de fuzil na cabeça, quando brincava em frente a sua casa no Complexo do Alemão. O que o governador ainda não entendeu é que a sociedade não aguenta mais ver o estado, literalmente, pagar pela morte de inocentes durante ações do Bope. 

Banho de água fria e poluída I

O secretário estadual de Ambiente do Rio, André Correa, jogou um balde de água fria naqueles que ainda tinham esperanças acerca da despoluição da Baía de Guanabara. Ele disse que foi criada uma expectativa de que seria possível realizar a ação por R$ 2 bilhões, mas que atualmente o projeto custaria algo em torno de R$ 12 bilhões. “A despoluição não vai acontecer na minha gestão. Ninguém acredita mais em promessa.” O carioca ficou decepcionado ao lembrar que as mesmas promessas partiram do próprio governo.

Banho de água fria e poluída II

Enquanto o debate gira apenas em torno de promessas e orçamentos, mais um golfinho foi encontrado morto na Baía de Guanabara. O pequeno ainda não tinha completado nem um ano de vida. Com a morte, a população de golfinhos que vive atualmente na Baía foi reduzida para 37. Em 1985, eram 400. 

Crise no Porcão

Na semana passada, noticiei aqui que o Porcão da Barra havia fechado as portas junto à outra unidade na Zona Norte. Pois é, a crise continua; a rede anunciou que, ainda esta semana, irá suspender o funcionamento da filial de Ipanema. Funcionários ainda reclamam que estão com salários atrasados. Em contato com a coluna, o administrador do grupo Lucas Zanchetta negou o atraso dos pagamentos, mas confirmou que uma forte crise atingiu o grupo com a redução do número de clientes resultando numa reestruturação da empresa.

Desvio de dinheiro

A Justiça determinou o bloqueio dos bens do presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felippe (PMDB), e a repatriação do dinheiro de supostos desvios feitos na gestão de Rodrigo Bethlem, do mesmo partido, à frente da Secretaria municipal de Assistência Social (2010-2012). A decisão foi tomada a pedido do Ministério Público (MP) estadual, que investiga um esquema de corrupção atribuído ao ex-secretário, que foi genro de Felippe. O dinheiro, segundo o MP, foi desviado para cinco contas na Suíça e foi descoberto após uma cooperação internacional entre promotores dos dois países.

Pagar para visitar

O governo estuda implementar um sistema de pagamento para visitação das 113 praias da Ilha Grande, assim como é feito no arquipélago de Fernando de Noronha. O objetivo é garantir um turismo mais sustentável e menos invasivo. 

Maconha

Foi realizado no Rio, na semana passada, um seminário internacional sobre a relação entre as drogas e as políticas públicas de saúde. Um dos palestrantes mais aguardados foi Julio Calzada, ex-secretário geral da Junta Nacional de Drogas do governo do ex-presidente uruguaio José Mujica. Ele falou sobre a experiência positiva do Uruguai após a descriminalização da maconha e considerou que o tema precisa estar relacionado com a saúde pública e não com uma guerra contra o narcotráfico. No mesmo evento, o desembargador Sérgio Verani considerou que o Brasil ainda vive imerso ao preconceito, quando o porte para uso próprio ainda é criminalizado.

No mais...

Três pessoas foram presas, na madrugada de sábado, acusadas de vender brigadeiros de maconha na Lapa. A estratégia vem sendo usada desde quando agentes da Lapa Presente apertaram o cerco na região. Após serem seduzidos pela bonita bandeja com os quitutes, os vendedores alertavam aos consumidores que o brigadeiro custava um pouquinho mais caro por serem “especiais”. Mas eles não contavam que um dos policiais que estava à paisana era viciado em chocolates e, por isso, se decepcionaria ao receber a notícia de que o tentador brigadeiro era de maconha, resultando nas prisões em flagrante.

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Alessandro Lo-Bianco

A Voz do Rio

Pai da Valentina, Alessandro foi repórter da Band News, revistas da Editora Abril, Jornal O Dia, Portal IG e Último Segundo. Atualmente é repórter do Jornal O Globo e ventila aqui na serra, todas as segundas-feiras, um pouquinho da maresia carioca.

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