Insegurança

terça-feira, 09 de maio de 2017

Caros amigos, nossa sociedade não pode fechar os olhos diante da insegurança na qual vivemos. As portas trancadas, as grades e os sistemas de segurança são símbolos de nosso tempo. Eles prometem proteção, mas contra quem? Não estamos em guerra e nem vivemos nos tempos bárbaros onde povos desconhecidos sempre perigavam aparecer e tomar as antigas cidades fortificadas. O inimigo parece morar ao lado: assaltantes, arrastões, terroristas, entre outros. Os nomes são diferentes, mas a realidade é a mesma.

Contudo, é preciso reconhecer que o inimigo não mora simplesmente ao lado, mas habita dentro de nós. A indiferença, a ganância, o egoísmo e até mesmo a violência são realidades do coração e não podem conviver pacificamente com a verdade do Evangelho e a graça do Espírito Santo.

No tempo da Páscoa, recordamos o medo dos primeiros discípulos, mantidos a portas fechadas por medo daqueles que mataram seu Mestre, Jesus (Cfr. Jo 20,19). Da mesma forma, lemos nas Sagradas Escrituras que o Salvador entrou no lugar, não obstante as portas fechadas, e, como primeira saudação, desejou a paz, que é fruto do seu maior ato de amor: “dar a vida pelos seus” (Cfr. Jo 15, 13). A dura batalha da cruz de Cristo recorda-nos que a paz exige também renúncias e sacrifícios, fraternidade e amor, e, sobretudo, viver em conformidade com os mandamentos de Deus.

Creio profundamente que Nosso Senhor também pode ultrapassar as portas fechadas dos corações que são indiferentes ao Seu amor e, por este motivo, optam pelos meios violentos. Relembro aquelas palavras do Papa Francisco em sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz do presente ano: “desejo deter-me na não-violência como estilo duma política de paz, e peço a Deus que nos ajude, a todos nós, a inspirar na não violência as profundezas dos nossos sentimentos e valores pessoais. Sejam a caridade e a não violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais” (n. 1).

Nestes tempos, Deus pede que levantemos a voz e as mãos em oração numa verdadeira “ofensiva pela paz”. Mas, esta só será realidade quando o Ressuscitado reinar em todos os corações e, neste delicado terreno íntimo, ganhar a importante batalha contra o mal de nossos pecados e vícios.

Jesus, Cordeiro de Deus, imolado e ressuscitado, dai-nos a paz!

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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