Creio na vida eterna!

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Caros amigos, não faz muito tempo que dedicamos uma reflexão sobre a morte e seu valor para a fé. Neste artigo, voltamos ao tema para entender melhor a relação entre crer na ressurreição de Cristo e nossa vida, que caminha na esperança da vida eterna.

Cremos na vitória de Cristo sobre a morte e que ela foi alcançada para todos nós. Na cruz, Jesus transformou a finitude do ser humano em vida, abrindo-nos as portas da eternidade. Assim, a fé na ressurreição direciona nossa esperança: “Se morremos com Cristo, com ele viveremos” (cfr. 2Tm 2,11).

A força da Páscoa nos chega pelos sacramentos, a começar pelo batismo. Por ele, recebemos a vida nova que brota do lado aberto de Cristo na cruz e a fé que nos impulsiona para além das realidades deste mundo, sem negar, contudo, nossa condição de criaturas.

Assim, cada batizado experimenta já neste mundo algo da eternidade, e torna-se, com toda a igreja, membro do corpo de Cristo. Por isso, deve assumir a responsabilidade de anunciar e construir aqui o reino de Deus.

A crença na vida eterna não nega em hipótese alguma o valor da vida presente, nem se traduz em inatividade ante as injustiças. Pois, a má compreensão da promessa da ressureição pode gerar atitudes equivocadas de passividade perante as obrigações sociais (cfr. 1 Tes 4, 11; 2 Tes 3, 10 s.; Ef 4, 28). Em vista disso, a Igreja sempre ensinou aos seus filhos que a fé deve conduzir às boas obras (cfr. Tg 2,14).

A fé é uma predisposição constante do espírito pela qual a vida eterna tem início em nós e que impulsiona a razão a aceitar aquilo que ainda não se vê. Apesar de a eternidade ainda não ser plenamente visível no mundo externo, ela é uma realidade, pois a trazemos em nós como uma semente que germina no campo deste mundo. Assim, a fé não é só uma inclinação da pessoa para realidades que hão de vir. Ela dá-nos viver algo da realidade esperada, e esta realidade presente constitui para nós uma prova das coisas que ainda não se veem. (cfr. Spesalvi, 7).

Se o presente decide o futuro, então o presente assume uma importância ainda maior. A fé em Jesus Cristo ressuscitado sobrepõe ao homem a medida do eterno. Portanto, a ressurreição possui um valor atual, que influi diretamente no presente. Quem nega este valor, nega a si o sentido de ser cristão.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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